Caminhoneiros fazem protesto na BR-040


Por Gracielle Nocelli e Marina Sad

02/07/2013 às 07h00

Fila de carretas paradas chegou a um quilômetro

Fila de carretas paradas chegou a um quilômetro

A Zona da Mata entrou na rota da manifestação nacional de caminhoneiros convocada pelo Movimento União Brasil Caminhoneiro, que tem entre as bandeiras de reivindicação a redução do preço do diesel, a exigência de segurança nas estradas e a redução ou isenção total do valor das tarifas de pedágio para caminhões. Na região de Juiz de Fora, o movimento da categoria teve início na manhã desta segunda-feira (1º) com a paralisação de caminhões nos dois sentidos da BR-040, na altura de Matias Barbosa, entre os quilômetros 807 e 806 – cerca de 10 quilômetros após o Park Sul-, e tem duração prevista de 72 horas, conforme informações de lideranças.

O trecho da rodovia foi fechado às 10h e permaneceu assim por todo o dia. Pneus cercaram a pista, evitando que o cerco fosse furado. No local também foram colocados faixas de protesto com as bandeiras do movimento. O trânsito foi permitido apenas para carros de passeio, ônibus e ambulâncias.

Segundo o caminhoneiro Carlos Alberto dos Santos, um dos líderes do movimento, a intenção é mobilizar cerca de 300 motoristas da região que pertencem às cooperativas de Transporte MB Ltda (Coptramb), de Transporte da BR-040 (Cotran) e empresas da região. "A nossa proposta é deixar o movimento fluir sem violência", ressalta. Os profissionais querem a revisão da tarifa do frete, cobram que os contratantes paguem o pedágio, exigem mais locais de parada para descanso nas estradas e uma alternativa para os serviços pagos com o "cartão frete". Isso porque, de acordo com Carlos Alberto, a cada R$ 800 sacados, uma taxa de R$5 é cobrada ao caminhoneiro.

Além das reivindicações de cunho nacional, os profissionais da região questionam as restrições de circulação impostas na Serra de Petrópolis. Desde janeiro deste ano, resolução da Agência Nacional de Trânsito e Transporte (ANTT) proibiu o tráfego de veículos de carga de três ou mais eixos, no sentido Rio de Janeiro/Juiz de Fora, às sextas-feiras e vésperas de feriados, entre 16h e 22h, e aos sábados, entre 8h e 14h. Na época, a Concer, concessionária que administra a rodovia, alegou que a decisão pretendia diminuir o número de acidentes e o congestionamento na pista.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) esteve no local orientando o trânsito e os participantes. O chefe da delegacia da PRF de Juiz de Fora, Armstrong de Carvalho, destaca que o policiamento tem o objetivo de garantir a segurança de todos que trafegam pela estrada, evitando acidentes. A assessoria de comunicação da Concer informou que até a noite desta segunda o movimento seguiu de forma pacífica.

Os

 

Atraso

A paralisação atingiu não só os caminhoneiros da região, mas também motoristas que passavam por Juiz de Fora. É o caso de Flávio dos Santos Gonçalves, de Gravataí, na Grande Porto Alegre (RS). Ele veio à cidade para descarregar produtos de limpeza e, posteriormente, seguiria para o Nordeste. "Falei com a minha esposa que iria chegar em casa dentro de 20 dias, mas agora (com a paralisação) ela pode me esperar só daqui a um mês".

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