Pneus devem apresentar etiqueta a partir de abril
O selo vai indicar se produto atende aos parâmetros do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE)
A partir de abril deste ano, todos os pneus comercializados no país, inclusive aqueles que encontram-se em estoque, terão de informar ao consumidor sobre o seu desempenho por meio de um selo, conforme prevê o Programa Brasileiro de Etiquetagem. A iniciativa é regulamentada pela Portaria 544/12 do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e tem como objetivo fornecer informações sobre o desempenho e eficiência energética dos pneus, bem como já ocorre com aparelhos eletrodomésticos e veículos. No caso dos pneus, o consumidor saberá como o produto se comporta ao entrar em contato com a água, se ajuda a economizar combustível e se faz muito barulho ao rodar.
A etiquetagem começou a ser implantada em 2015, valendo apenas para os novos modelos. No ano seguinte, foi a vez de incluir os pneus importados e aqueles fabricados a partir de 2016. A proposta da etiquetagem é padronizar a qualidade dos produtos comercializados no país, diminuindo a poluição sonora e aumentando o conforto e a segurança dos usuários. Na Europa, a classificação já existe com base nos mesmos critérios. A etiqueta, inclusive, é a mesma, justamente para facilitar uma eventual exportação dos modelos brasileiros para o mercado internacional.
Enquadram-se na etiquetagem todos os pneus de construção radial, fabricados ou importados, para compor carros de passeio, picapes, SUVs e vans; caminhões e ônibus. Entretanto, segundo a Cobli, startup especializada em controle de frotas, telemetria e roteirização, há diferenças entre os pneus. No que tange a sustentabilidade no processo produtivo, existem pneus verdes, que auxiliam na redução do consumo de combustível por terem mais sílica em sua composição, substância que promove a redução do atrito. Embora sejam mais econômicos ao longo da sua vida útil, são mais caros para o consumidor. Já os modelos comuns, chamados de pneus pretos, são mais comercializados e conhecidos pelos consumidores.
A Cobli ressalta, ainda, a diferenciação pelas bandas de rodagem, que podem ser assimétricas, com desempenho mais esportivo, que escoam melhor a água, e simétricos, mais indicados para terrenos menos íngremes. Alguns prometem mais resistência, por possuírem uma carcaça que dissipa melhor a energia dos impactos. Outros, são produzidos com o uso de matéria-prima orgânica e renovável, bem como milho, cana-de-açúcar e grama. Mas, o que vai determinar a escolha é o preço, que abrange modelos de primeira ou de segunda linha, e a garantia oferecida pelos fabricantes.
Critérios obrigatórios e durabilidade dos pneus
Os principais tópicos abordados incluem “conforto”, por meio do nível de ruído, expresso na etiqueta em decibéis (dB); “eficiência energética”, que avalia a resistência à rolagem, ou seja, quanto menor a resistência no processo de rolamento, ou seja, mais próximo da letra A, menor será a perda energética durante a rodagem do pneu, o que significa menor consumo de combustível e de emissão de poluentes; “segurança”, avaliada por meio da aderência em superfície molhada; e “impactos ambientais”, classificado pelo selo Conpet, que mostra que o pneu atende às normas do Programa Nacional da Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natural.
Entretanto, conforme aponta a Cobli, um quesito muito aguardado pelos consumidores não será obrigatório na nova etiqueta: a durabilidade dos pneus. A justificativa é a de que esta informação já existe na maioria dos pneus. A informação aparece, geralmente, na lateral externa do produto e é impressa a inscrição Treadwear e um número entre 60 a 700, que indica que os pneus foram submetidos a testes de durabilidade e cujo resultado maior indica maior vida útil do pneu.
Responsabilidades
Ao consumidor, segundo a Cobli, as vantagens de adquirir produtos após etiquetagem devem ser adequadas à sua necessidade: por isso, é importante avaliar as condições do veículo, relacionados ao alinhamento e balanceamento, além das condições das estradas no qual será feita a rodagem antes de comprar qualquer pneu. A expectativa é que a etiqueta venha para dificultar a venda de “pneus piratas” ou de má qualidade.
A implantação de etiquetagem de pneus não deverá ser somente dos fabricantes, no que tange à produção e do Inmetro referentes à inspeção. Caberá aos revendedores adquirir somente produtos certificados e aos consumidores comprar apenas pneus com a etiqueta do Inmetro.