Livro sobre a história de José Ventura é lançado no teatro do Colégio Academia
Obra de memórias apresenta diferentes facetas dessa personalidade de Juiz de Fora

O livro “José Ventura: Um homem da lua nova” será lançado neste sábado (31), às 10h, no Teatro da Academia. A obra, escrita por Toninho Dutra em parceria com o próprio Ventura, foi construída a partir de entrevistas, escritos pessoais e recortes de jornais.
“Nem tudo é possível lembrar, nem tudo é possível narrar”, diz Toninho sobre o processo das entrevistas que ocorreram ao longo de 15 meses, período em que José Ventura narrava suas memórias. O primeiro contato entre eles se deu muitos anos antes da escrita do livro, quando Ventura era chefe de Toninho no Colégio Academia. “Eu o conhecia como uma pessoa que está sentada na cadeira de comando.” Foi então que, anos mais tarde, surgiu o convite da própria familia do homenageado ao escritor para a composição da obra. E foi dessa forma que novas histórias e diferentes facetas do homem foram sendo descobertas.

No livro, essas diferentes faces, ou formas de ser, são os capítulos. Em um é apresentada a relação de José com sua família, em outro com a fé, o trabalho, entre outras dimensões de sua vida. Por meio de sua própria memória e dos depoimentos de sua esposa e filhos, a obra se forma, cabendo a Toninho achar um fio que conduzisse o leitor pelas nove décadas de vida.
O escritor destaca que encontrar a sua forma de escutar o entrevistado demorou a acontecer. Mas um caminho foi encontrado. “Eu percebi que, na realidade, eu estava querendo escutar um outro sujeito que não aquele que estava disposto a falar para mim. Então, esse é um embate interessante que até alimenta também o processo da criação do livro. A gente começa trabalhando com uma ideia de um livro muito simples e que acaba virando uma fotobiografia.”
José Ventura, conhecido em Juiz de Fora principalmente por seu trabalho na área de educação na cidade, em especial na Academia de Comércio, Centro de Ensino Superior (CES) e Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), define o livro como “a narrativa de um homem que nasceu no meio rural, filho de um pequeno sitiante e de uma família numerosa” que caminhou, “teve relativo sucesso”, até ser agraciado com o título de cidadão honorário de Juiz de Fora, entre outras honrarias.
Já para Toninho, a obra também é a memória de um homem que “formou Juiz de Fora, e Juiz de Fora formou ele”. Isso, inclusive, no nome. Até os 20 e poucos anos, José era Boa Ventura, mas foi no município que descobriu, na verdade, ter somente o Ventura no registro do cartório. “Ele se funda em Juiz de Fora. Tanto no nome, quanto nas bases que ele vai ter para criar uma família, estabelecer seu trabalho”, conta o escritor.
A lua nova no título do livro ilumina não apenas o passado iniciado em 14 de julho de 1934, data de nascimento de José Ventura. Ela também é símbolo das diferentes fases, renovações e caminhos que marcam a personalidade e trajetória desse homem, prestes a completar 91 anos.
*Estagiário sob supervisão da editora Cecília Itaborahy
Tópicos: colégio academia / José Ventura