A Califórnia vai tremer
Subgênero das produções de ação e aventura, os filmes-catástrofe se estabeleceram nos anos 1970 para, com o tempo, quase desaparecerem do mapa. Com os efeitos especiais, porém, eles retornaram com força total nas mãos de gente como Michael Bay (“Armageddon”) e Roland Emmerich (“Independence Day”, “Godzilla”, “O dia depois de amanhã” e “2012”), em que cidades, países e até mesmo o planeta Terra são devastados por cataclismos, mudanças climáticas, alienígenas maus e lagartos radioativos. Mesmo com apenas dois filmes no currículo, o diretor Brad Peyton resolveu exigir seu lugar no “clubinho da destruição” e entrega para o público “Terremoto – A Falha de San Andreas”, que chega aos cinemas nesta quinta-feira.
“Herdeiro” do clássico de 1974, que tinha Charlton Heston e Ava Gardner no elenco, a produção de 2015 repete a mesma linha de trama das produções do tipo: um homem comum que se torna o herói da aventura, o especialista que não é ouvido por ninguém até o último minuto e outros pequenos dramas pessoais que são resolvidos enquanto o mundo desaba. Tudo isso aliado ao melhor dos efeitos especiais que o dinheiro pode comprar, resultando em destruições avassaladoras de Los Angeles, São Francisco e a Califórnia em geral, sem se esquecer de Nevada. São prédios virando farelo, grandes extensões de terra ondulando, fendas monumentais no território americano e tsunamis arrastando navios, transatlânticos e tudo mais que estiver pela frente.
Visual impressiona; já a história…
Visualmente, “Terremoto – A Falha de San Andreas” promete ser um espetáculo de encher os olhos (ainda mais em 3D), o que não tem impedido que a produção receba críticas impiedosas nos Estados Unidos, que vão desde a história em si até quem não tenha gostado de ver diversos símbolos turísticos da Califórnia sendo destruídos – afinal, isso poderia fazer mal ao turismo, gente com medo de viajar até o estado etc..
Ao destrinchar o pouco de história que existe, ela pode ser resumida assim: Ray Gaines (Dwayne Johnson) é uma espécie de Pelé dos pilotos de helicóptero que trabalham com resgates, tendo mais de 600 missões documentadas, e que na vida pessoal precisa lidar com a ex-mulher (Carla Gugino) e a ida da única filha (Alexandra Daddario) para a faculdade. Ao mesmo tempo, um especialista em terremotos (Paul Giamatti) alerta que a Califórnia está prestes a ter de encarar uma série de terremotos devastadores, mas ninguém dá muita atenção a ele. Quando a terra começa a tremer, Gaines terá de se dividir entre salvar o máximo possível de pessoas em Los Angeles e ir até São Francisco para encontrar sua filha. Entre prédios desabando, tsunamis, novos tremores e resgates espetaculares, a família vai acertando suas contas com o passado.
Longe de ser um clássico, “Terremoto – A Falha de San Andreas” é promessa de diversão para quem gosta de filmes de destruição, mesmo que abra mão de uma história de maior profundidade dramática.
TERREMOTO – A FALHA DE SAN ANDREAS
UCI 2 (3D/dub): 15h35, 18h, 20h25 (todos os dias) e 23h (sexta-feira e sábado). UCI 2 (3D): 13h10. UCI 4: 14h, 16h25, 18h50, 21h15 (todos os dias) e 23h40 (sexta-feira e sábado). Cinemais 4 (3D/dub): 15h e 19h40. Cinemais 4 (3D): 17h20 e 22h. Palace 1: 14h10, 16h40, 19h10 e 21h40 (exceto segunda-feira). Santa Cruz 1 (dub): 15h30, 18h15 e 21h
Classificação
10 anos
Adam Sandler em nova comédia
O comediante Adam Sandler até que teve uma boa intenção ao chegar à ideia de “Trocando os pés”, seu mais novo filme, inspirado na sapataria que ficava embaixo do apartamento em que mora. Daí para a execução, porém, a distância ainda é longa. Mesmo que não seja tão grosseiro quanto alguns de seus trabalhos anteriores, o filme não será sua redenção cinematográfica.
No longa dirigido por Thomas McCarthy, Sandler interpreta o sapateiro Max Simkin, que trabalha na loja pertencente à família há gerações. Vivendo com a mãe, introspectivo, é o típico loser do cinema americano. Tudo muda, porém, no dia em que utiliza uma antiga máquina de costura que, aparentemente, tem poderes mágicos e permite a ele assumir a aparência dos donos dos calçados.
O que poderia ser uma boa comédia dramática, entretanto, se resume apenas a repetir estereótipos: o negro gângster, o loiro heterossexual bem-sucedido, o asiático que passeia por Chinatown, o travesti de voz grossa. Nem as presenças de Steve Buscemi e Dustin Hoffman prometem salvar “Trocando os pés” da insignificância.
TROCANDO OS PÉS
Cinemais 2 (dub): 15h10 e 19h30. Cinemais 2: 17h10 e 21h40
Classificação
14 anos