Rio Paraibuna vira personagem em exposição de Tarsila Palmieri

Artista radicada em Juiz de Fora transforma pontes, margens e cotidiano do Paraibuna em desenhos urbanos no Shopping Jardim Norte


Por Tribuna de Minas

26/11/2025 às 06h17

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Exposição fica disponível até o dia 16 de dezembro. (Foto: Divulgação)

As águas escuras do Rio Paraibuna e a paisagem urbana de Juiz de Fora ganham novos contornos no trabalho da artista Tarsila Palmieri, em cartaz no Espaço de Arte do Shopping Jardim Norte até 16 de dezembro. Radicada na cidade, a artista apresenta uma série de desenhos urbanos em nanquim e aquarela, resultado de um processo de observação direta do cotidiano às margens do rio.

Produzidas in loco, no estilo urban sketch, as obras registram não apenas as treze pontes do trecho compreendido entre a Mata do Krambeck e o Bairro Poço Rico, mas também a vida que pulsa em torno delas: o fluxo de ciclistas, carros e pedestres, a presença da vegetação e a relação da população com o espaço urbano. Tarsila se interessa sobretudo pelo presente, pela forma como o rio é vivido hoje, sem a pretensão de construir um documento histórico formal.

Ainda assim, o trabalho ressalta a dimensão simbólica e histórica do Paraibuna para Juiz de Fora. Nascido na Serra da Mantiqueira e cortando cerca de 70% do território do município, o rio foi determinante na formação da cidade, desde a época em que o local era o Arraial de Santo Antônio do Paraibuna, um povoado agrícola às suas margens. Pelas margens do rio circularam ouro e diamantes e, com o avanço da industrialização, a força de suas águas impulsionou a Usina de Marmelos Zero, considerada a primeira hidrelétrica da América Latina. Hoje, o entorno abriga a BR-267 e a Avenida Brasil, importantes eixos viários que também aparecem no horizonte das aquarelas.

Segundo a artista, os desenhos nasceram como um estudo de observação dos usos do rio e de seu entorno para fins de desenvolvimento projetual arquitetônico, mas o exercício técnico se transformou em prática afetiva e em lazer para a artista. Na exposição, o público tem acesso a parte das aquarelas originais reunidas em um livro com trinta desenhos, que tratam o Paraibuna como personagem central da paisagem e da memória da cidade.

Além das obras em papel, as ilustrações também foram aplicadas em utilitários e souvenires, que dialogam com o cotidiano e ampliam a circulação da arte para além da parede expositiva. Os produtos estão disponíveis para compra diretamente com a autora durante o período da mostra.

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