Coletivo da UFJF promove evento sobre ensinos afrobrasileiros

Evento incentiva reflexões e inaugura grupo criado por alunos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo


Por Luiza Sudré e Gabriel Silva, estagiários sob supervisão de Wendell Guiducci

23/11/2020 às 10h10

Entre esta segunda-feira (23) e a próxima sexta-feira (27), o Coletivo Cafofo realiza o evento “Por debaixo das manobras: reflexões para além da arquitetura popular brasileira”. A atividade tem como objetivo promover reflexões a respeito das contribuições da população negra na área da arquitetura, além de debater a Lei 11.645/2008, que estabelece obrigatoriedade da História e cultura africana, afro-brasileira e indígena em todo o currículo escolar brasileiro. O encontro será feito de maneira on0line, transmitido pelo canal do coletivo no YouTube.

O evento estreia nesta segunda-feira, com a abertura, a primeira mesa e o encerramento do primeiro dia, todas as atividades compreendidas entre 17h30 e 20h45. Os quatro dias seguintes serão dedicados a outras quatro mesas de discussão, com temas como a arquitetura quilombola e a construção de uma identidade afro-brasileira.

A falta de representatividade preta foi um dos motivadores para a promoção do evento, segundo os organizadores. Unidos pelo objetivo de levar reflexões, até mesmo a barreira financeira ficou para trás. “Não contamos com incentivos, principalmente financeiros. Portanto, o evento foi todo construído com muita vontade e educação pelos membros do coletivo, com o intuito de fazer um apanhado cronológico perpassando pela ancestralidade e caminhando até os tempos atuais”, relata Larissa Angélica, membro do Coletivo Cafofo.

Onde estão as negras da arquitetura? 

O Coletivo Cafofo foi criado oficialmente há dois meses por estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da UFJF, mas o grupo de estudantes se articula desde 2017 reunindo alunos negros, inicialmente na produção de artigos e no compartilhamento de conteúdos relacionados à negritude, feminismo negro e arquitetura. “O coletivo surgiu quando percebemos a notória falta de representantes negros e negras na ementa acadêmica já nos primeiros períodos de curso de Arquitetura e Urbanismo”, conta Larissa. 

Em maio de 2018, o grupo elaborou uma intervenção nomeada “Onde estão as negras da arquitetura?”, que gerou mais engajamento. “A partir daí, o nosso desejo de criar um coletivo foi crescendo cada vez mais até gerar o Cafofo, que foi criado no dia 14 de setembro com a proposta de estabelecer rodas de conversa, acolhimento e conhecimento entre os alunos negros da UFJF, para suprir essa defasagem acadêmica que nosso curso possui com relação a questões referentes ao corpo preto e dos povos originários”, complementa.

Atualmente, o Coletivo Cafofo também prima por uma rede de acolhimento, conhecimento e fortalecimento entre as alunas e alunos negros, reunindo 18 integrantes desde o lançamento oficial do coletivo.

Inscrições

O evento é totalmente online e gratuito. Para participar, basta realizar inscrição no site do encontro. Nele, também estão disponíveis outras informações sobre a programação, sobre o Coletivo Cafofo e sobre os palestrantes.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.