Marcelo Manhães e Luiza Costa lançam livros infantis
As obras “O dia em que Gerson pescou a lua” e “Caracóis coloridos” tratam de temas como crescimento pessoal, curiosidade e natureza
Marcelo Manhães, escritor, e sua filha Luiza Costa, ilustradora, estão lançando duas obras infantis em conjunto: “O dia em que Gerson pescou a lua” e “Caracóis coloridos”. A parceria entre os dois permite que as ilustrações não sejam apenas um complemento, mas grande parte da história. Nesse contexto, o trabalho feito pela dupla tem públicos diferentes e trata de assuntos também diversos, mas ambos os livros buscam trabalhar o crescimento pessoal e cultivar a curiosidade das crianças. O lançamento já está acontecendo em diversas escolas e as obras podem ser adquiridas através do site marcelomanhaes.com.br ou pelo instagram dos realizadores (@marcelomanhaes.o e @luizacosta.m).
O primeiro livro, “O dia em que Gerson pescou a lua”, é voltado para crianças por volta dos 10 anos. Nele, um menino muito curioso sobre o universo busca explicações sobre a lua, mostrando parte das questões e dúvidas que toda criança tem. Essa é a experiência também do autor, que teve em mente “a forma com que olhava para a lua” durante toda a sua infância, no interior de Minas Gerais. Luiza também explica que a obra é sobre um “menino com alma de cientista”. Além disso, ela diz que durante a pandemia, com tantas discussões sobre a ciência, foi interessante fazer um personagem assim. “A ciência está em tudo que a gente trabalha.”
Já “Caracóis coloridos” é feito para o público de 6 e 7 anos, que está aprendendo a ler, e foi feito como um poema. Marcelo explica que a dupla buscou tratar sobre assuntos que muitas vezes os pais não sabem como abordar. “Levantamos a pauta da diversidade de uma forma lúdica, tranquila e branda. Queríamos discutir a multiplicidade de pessoas e características que existem, por isso também há vários caracóis, com diversidade de tamanhos e cores”, diz.
O trabalho de ilustração, então, foi feito mesmo como uma coautoria dessas ideias. Esse processo é justamente o que Luiza mais gosta: “dar forma às ideias de outras pessoas e compartilhar as interpretações que eu tive”. Na primeira obra, Luiza pesquisou muitas imagens do espaço para se ambientar e trouxe colagens com artigos científicos e livros antigos. Ela também se baseou nas características dos seres humanos para criar os personagens da lua. Na segunda obra, por sua vez, a ilustradora conta que salvou muitas e muitas fotos de caracóis para se inspirar, fazendo uma proposta mais minimalista e que fosse destacada pelo fundo branco das páginas. “Fui selecionando os animais que iam ser referências. Alguns são meio inventados, mas muitos deles existem. A ideia era mesmo a diversidade”, diz.
Discussões importantes e atuais
Na visão de Luiza, as duas obras têm pontos em comum, apesar dessa diferença entre os públicos e tendo sido feitas de maneira totalmente separadas. Esse “olhar voltado para a natureza” é um dos pontos. Em sua visão, principalmente considerando os dias atuais em que as crianças estão muito absortas com o meio digital, ela também considera que seja importante trazer isso e colocar a natureza presente “seja no jardim ou até na lua”.
Marcelo concorda e complementa dizendo que a proposta dos seus livros é sempre discutir as relações humanas, algo que é feito nas duas obras. Além disso, ambas buscam “discutir o amadurecimento”. Nos dois casos, para ele, também há uma preocupação com o conhecimento. “No primeiro, mais no âmbito da ciência, da capacidade de discernimento; já no ‘Caracóis’, talvez seja mais no âmbito da empatia. É importante aprender para lidar com o próximo.”