Mike Love faz show no Cultural nesta quinta-feira

Cantor havaiano está em turnê pela América do Sul e faz show em Juiz de Fora pela primeira vez


Por Cecília Itaborahy, sob supervisão de Fabíola Costa

21/09/2022 às 18h20

Mike Love
(Foto: Divulgação)

De uma banda de dez pessoas a uma performance solo em cima do palco, o músico havaiano Mike Love mantém o mote de sua carreira: produzir a música que ele chama de revolucionária. A inspiração para isso está no próprio mundo, em suas vivências e transformações. Depois de ter passado pelo grupo Dubkonscious, o reggaeiro entendeu que estar sozinho faria mais sentido para o que tentava passar musicalmente. Foi quando começou a lapidar suas composições, técnicas vocais e a conhecer outras formas que possibilitasse estar sozinho no palco. Essa experiência íntima e contínua, que exigiu, mais que tudo, conhecer a si mesmo, vai ser compartilhada no palco do Cultural, nesta quinta-feira (22), a partir das 21h. O show faz parte de sua turnê pela América do Sul.
Mike Love lançou em 2012 seu primeiro disco solo, “The change I’m seeking”. É desse álbum a música “Permanent holiday” que, na época, viralizou no YouTube e abriu as portas para concretizar uma carreira internacional. Logo em seguida, dois discos já foram lançados: “Love will find a way”, de 2015, e “Love overflowing”, de 2016, além de outros EPs e parcerias.

Independente

Os trabalhos de Mike Love são lançados a partir de seu próprio selo, o Love Not War Records. Ter sua ferramenta de distribuição foi a forma que Mike encontrou de ter mais liberdade até sonoramente. “É definitivamente mais libertador não ter ninguém lhe dizendo o que fazer ou tentando moldar seu som e imagem. Honestamente, nunca houve um momento melhor para ser um artista independente”, acredita. Ele relaciona isso à facilidade de usar das plataformas digitais para atingir outros lugares e outros públicos. Agora, Mike ainda se prepara para lançar seu próximo disco, que deve ser divulgado no começo do próximo ano.
Além de usar das plataformas digitais a seu favor, Mike encontra nas viagens uma possibilidade de fazer com que sua mensagem chegue a mais pessoas, essas, inclusive, sua principal inspiração. “O mundo ao meu redor me inspira. Minha família, meus amigos, meus fãs. Escrevo sobre tudo, desde relacionamentos pessoais, controle político e questões ambientais. Música é vida. São nossas maiores tristezas e nossas alegrias mais potentes, nossos sucessos e nossos triunfos. Eu crio de um lugar de inspiração, não de dentro de mim, mas de uma fonte eterna de inspiração que está em todos os lugares e em todos. Mesmo cada apresentação é como reescrever uma música porque leva em conta a energia e a perspectiva de todos os presentes.”
Como toca sozinho, ele considera a experiência a mais íntima de todas: tudo uma questão de sentir. “Isso me força a ir mais fundo em meu espírito e a ter uma conexão mais profunda com a multidão. Eu amo por causa disso. Se o show não for bom, não há ninguém para culpar além de mim. Isso me mantém responsável pela minha própria musicalidade e energia.”

Música que acredita

Mike, apesar de não se dizer uma pessoa política, usa de suas músicas como ferramenta para falar sobre aquilo em que acredita. “Em muitas das minhas canções denuncio a corrupção e a ganância inerentes ao sistema político. Eu acho que a música é uma ferramenta poderosa para o despertar.” Ele ainda entende que suas composições cumprem a promessa de acordar para as mazelas e as maravilhas da atualidade, seja no social ou até mesmo em questões mais específicas, como o meio ambiente. “A música é uma maneira de lembrar, de desbloquear essa consciência cósmica onde compartilhamos todo o conhecimento que já existiu e existirá.”

Desastre, mas esperança

Fazendo turnê pela América do Sul, Mike diz encontrar o que já ouvia falar: a destruição das matas pela queimadas e pelo desmatamento. “Ouvi dizer que a Amazônia é o pulmão da Terra. Sinto que todos os desastres naturais que estamos vendo, que se tornaram sobrenaturais nos últimos anos, são um forte reflexo de nosso consumo exagerado e míope”, diz. Mas, por outro lado, encontra uma esperança no olhar dos brasileiros, em específico. “Eu sempre digo que o povo brasileiro realmente sabe viver a vida ao máximo, viver verdadeiramente o momento.”
Nos shows, Mike explora as técnicas tanto vocais quanto de instrumentos e tecnologia para completar o palco, mesmo sozinho. Em Juiz de Fora pela primeira vez, ele garante estar ansioso para viver essa experiência por aqui: “Quero compartilhar minhas músicas e compartilhar alguns abraços e histórias no show”. No repertório, ele vai passar por suas principais músicas e apresentar algumas do EP que lançou no começo do ano com a banda Rising Tide, “Together”. Para dar um gosto do que virá, o músico vai ainda apresentar um pouco do disco que vai ser lançado em 2023.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.