Mostra de Cinema de Tiradentes homenageia Bruna Lienzmeyer e propõe a temática ‘Que cinema é esse’?

Evento acontece entre os dias 24 de janeiro e 1º de fevereiro abrindo o calendário audiovisual de 2025


Por Cecília Itaborahy

20/12/2024 às 11h34

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Bruna Linzmeyer é homenageada reconhecendo sua presença tanto no cinema independente quanto nas produções televisivas, por ser, ainda, uma ‘mulher de seu tempo’ (Foto: Clara Cosentino/ Divulgação)

Entre os dias 24 de janeiro e 1º de fevereiro, acontece a 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes que abre o calendário audiovisual de 2025, transformando a cidade histórica na capital do cinema nacional. Com programação gratuita, o evento propõe a temática “Que cinema é esse” e homenageia a atriz Bruna Linzmeyer.

Mais de 100 filmes serão apresentados em pré-estreias e mostras temáticas. Além disso, o evento ainda promove o 28º Seminário do Cinema Brasileiro, o 3º Fórum de Tiradentes, Rodas de Conversa, Programa de Formação, Conexão Brasil CineMundi, performances, lançamentos de livros e exposições.

“Que cinema é esse?”

Em todas as edições, a produção da Mostra de Tiradentes se dedica a mapear um conjunto variado de filmes, práticas e ideias. Por tratar-se de obras diversas, entendendo o cinema brasileiro como diversa, a curadoria optou pela temática “Que cinema é esse?”.

“Existe uma produção numerosa e complexa e é preciso olhar para ela, não só como exercício de contemplação da beleza, do intrigante e da singularidade, mas num esforço de ver e discutir esses filmes, o que, do ponto de vista ético, é contrair responsabilidade pelo que se vê”, afirma Francis Vogner dos Reis, coordenador curatorial, em nota encaminhada à imprensa. “Não é possível construir um novo audiovisual brasileiro ignorando as experiências que já existem, muitas vezes à margem das políticas públicas e em muitos casos apartadas do mercado.”

A pergunta, como aponta o curador, estimula olhar para uma multiplicidade de produções, inclusive muitas vezes desconhecidas ou fora do circuito tradicional. “O cinema não é ‘o’ cinema, mas ‘os’ cinemas, compostos por uma dinâmica povoada de olhares, práticas e ideias contrastantes. É necessário preservar e restaurar filmes, fazer pesquisa e crítica, programar obras e formar novos públicos. Tudo isso faz parte do ato de ‘fazer cinema’, mas é preciso também reconhecer as distinções e hierarquias dentro dessa multiplicidade.”

Homenagem da Mostra de Tiradentes à Bruna Linzmeyer

A escolha desta próxima edição da Mostra de Tiradentes foi também homenagear a atriz Bruna Linzmeyer, que transita entre o cinema independente e as produções televisivas de grande alcance. Tem, em seu currículo, filmes como “Medusa” (2023), de Anita Rocha da Silveira, e “Cidade; campo” (2024), de Juliana Rojas. Além disso, sua presença em curtas-metragens também chama atenção em “Alfazema”, de Sabrina Fidalgo (2019), “Uma paciência selvagem me trouxe até aqui”, de Eri Sarmet (2021, melhor curta da Mostra Foco da 25ª Mostra de Cinema de Tiradentes) e “Se eu tô aqui é por mistério”, de Clari Ribeiro (2024, selecionado para a Mostra na 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes).

O intuito da homenagem é celebrar sua trajetória como atriz e também seu engajamento com um cinema inventivo, poético e provocador, como aponta a curadoria. “Ela não só é uma atriz talentosa, mas uma mulher de seu tempo, que se vincula às lutas e à criação de uma arte do prazer e da rebeldia. Artista de coragem e escolhas assertivas, Bruna soma carisma rebelde, uma fotogenia rara e um talento mutante a cada projeto que faz”.

A Mostra de Cinema de Tiradentes ainda vai promover um recorte de títulos com a atriz para ser exibido ao longo do evento, tanto em formato presencial quanto on-line. Dentre os títulos, estão: “O vento frio que a chuva traz”, de Neville d’Almeida; “Baby” (2024), Marcelo Caetano; “Uma paciência selvagem me trouxe até aqui” (2021), Eri Sarmet; “Se eu to aqui é por mistério” (2024), Clari Ribeiro; e “Alfazema” (2019), Sabrina Fidalgo.

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