Estação ferroviária de 1869 tem restauração finalizada em Chiador

Obra de R$9,5 milhões da Eletrobras Furnas iniciada em 2023 chega ao fim; inauguração ainda não foi marcada


Por Elisabetta Mazocoli

20/06/2025 às 07h00

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Estação ferroviária de Chiador passa por reforma após enfrentar abandono (Foto: Reprodução redes sociais)

A estação ferroviária de Chiador foi a primeira de Minas Gerais e o principal cartão postal da cidade, que fica a menos de 80 km de Juiz de Fora. Inaugurada em 1869 por Dom Pedro II, esse espaço teve uma trajetória com altos e baixos: desde o momento em que foi criada e era destaque nacional por sua funcionalidade e arquitetura, até quando foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e, posteriormente, quando foi às ruínas devido à má conservação. Mas, neste ano, essa história parece tomar um novo rumo: a obra de restauração envolvendo o local, iniciada em 2023, chegou ao fim. Depois de anos de pedidos dos moradores pela recuperação do espaço, a reforma que custou R$9,5 milhões de recursos da Eletrobras Furnas terminou em maio e promete trazer novos atrativos para o local.

A restauração ficou por conta da estatal responsável pela construção da hidrelétrica de Mar de Espanha. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), ainda em 2012, determinou que fosse feita uma compensação na região que foi justamente a reforma. Em julho de 2023, conforme noticiado pela Tribuna, foi assinado o contrato com a Minas Construções e Restaurações Ltda., que daria início à obra para restauro integral do conjunto arquitetônico e paisagístico. Para a atual coordenadora de cultura da cidade, Nara Marioso, o resultado é um local que será “um espaço de cultura e encontro da comunidade”.

O projeto de reforma conta com sala multiuso, espaço externo e parque infantil, além de ter uma área destinada para feiras culturais e outra para restaurante com adaptação de acessibilidade. Isso tudo ainda mantendo a arquitetura histórica da construção e visando fazer com que ela volte a ser o principal retrato de Chiador. “A ideia é valorizar a memória da cidade, promover atividades educativas e fortalecer o sentimento de pertencimento dos moradores. Com a reabertura, Chiador regata um pedaço de seu passado e oferece à comunidade um novo espaço de conveniência e orgulho”, diz a coordenadora.

Confira fotos da reforma:

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(Foto: Reprodução redes sociais)

Inauguração ainda não tem data

Apesar do fim das obras, a reinauguração da estação ferroviária e o início das atividades abertas para o público seguem sem previsão. No momento, conforme explicou a coordenadora e o secretário do gabinete Melgaço, tanto a Eletrobras Furnas quanto a própria prefeitura da cidade estão acabando de preencher os documentos necessários para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) ter o termo de cessão de uso. Uma reunião sobre esse assunto deve acontecer ainda este mês e pode indicar os próximos passos.

Mas, entre os administradores da cidade, a expectativa é que todas as áreas sejam afetadas por esse antigo atrativo, que está com aspecto novo e moderno. “Queremos gerar muitos empregos e renda para a população local”, afirma o secretário.

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Local histórico enfrentava más condições antes da reforma (Foto: Reprodução redes sociais)

Garantia de futuro para a estação ferroviária

Para os admiradores da estação ferroviária, que estão há anos esperando por esse momento, a empolgação com a possibilidade do uso do espaço também vem com cautela. É o que lembra o jornalista Ailton Magioli, um dos grandes divulgadores do assunto em veículos de comunicação. “Precisamos que o lugar tenha segurança e manutenção da obra. Se não, daqui a pouco mais memórias vão para o chão”, destaca ele, que também acredita que a participação em editais de cultura públicos e privados também seria importante para garantir o uso do local. 

Além disso, para garantir um futuro real para a estação, ele lembra que é preciso facilitar o acesso a ela e envolver a própria comunidade, já que o local fica a 6 quilômetros do Centro do município. “A comunidade tem que estar no centro da programação, porque carecemos de vida cultural aqui (…) É um lugar que também pode servir para encontros e seminários, além de ser um ponto para as escolas levarem as crianças para conhecer”, finaliza. 

Tópicos: chiador

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