‘O brutalista’ e ‘Flow’, indicados ao Oscar, chegam aos cinemas de Juiz de Fora
Estreias são favoritas a algumas categorias do Oscar; um dos filmes tem 3h20 de duração e o outro não usa vozes humanas
Alguns dos grandes destaques do Oscar de 2025, “O brutalista” e “Flow”, chegam aos cinemas de Juiz de Fora nesta quinta-feira (20). Enquanto “O brutalista” apresenta a história de um arquiteto judeu sobrevivente do holocausto em busca do sonho americano, “Flow” é uma animação sobre um gatinho preto tentando sobreviver em um mundo inundado e sem humanos. Com propostas bastante diferentes, os filmes são favoritos para algumas das categorias em que concorrem e trazem propostas bastante ousadas para isso: enquanto um tem 3h20 de duração (e terá 15 min de pausa entre as duas partes), o outro não tem vozes humanas e palavras na obra. São narrativas marcantes que prometem levar o público a experiências imersivas.
“O brutalista” recebeu dez indicações ao Oscar e é o grande favorito para o prêmio de Melhor Ator, com a atuação de Adam Brody. Já “Flow”, que concorre com “Ainda estou aqui” na categoria de Melhor Filme Internacional, é favorito a “Melhor Animação”, já tendo inclusive ganhado a categoria no Globo de Ouro, conseguindo desbancar até mesmo filmes da Disney com orçamentos muito superiores àquele de que dispunha.
Em ‘O brutalista’, um arquiteto judeu busca o sonho americano
“O brutalista”, filme do diretor Brady Corbet, apresenta a história de um imigrante que chega aos Estados Unidos depois de sobreviver à Segunda Guerra Mundial. O personagem László Tóth é um arquiteto húngaro pioneiro na técnica do brutalismo, onde o cimento tem destaque nas obras, e busca uma chance de sucesso e reconhecimento no que imaginava que fosse o “sonho americano”. Isso, no entanto, se torna um pesadelo quando a trama se aprofunda na relação da arte com o dinheiro.
Vendo a Estátua da Liberdade invertida, logo que chega aos Estados Unidos, a jornada do personagem parece mudar quando é contratado pelo filho de um poderoso milionário para fazer uma biblioteca. Esse personagem, interpretado por Guy Pearce (que também foi indicado ao Oscar), é um magnata que precisa parecer poderoso e estar no controle de tudo – e que também não hesita em humilhar as pessoas ao seu redor.
O roteiro foi escrito por Corbet e sua mulher, a atriz e diretora norueguesa Mona Fastvold. Juntos, eles tiveram uma visão grandiloquente para a obra, que demorou sete anos para ser feita. Isso porque o diretor usou VistaVision, uma técnica analógica que não vinha sendo utilizada para gravar um longa-metragem completo desde 1961, e que antes já tinha rendido muito bem nas mãos de diretores como Hitchcock.
Essa técnica deixa a fotografia do filme com uma beleza própria bem difícil de emular com as atuais câmeras digitais e afeta inclusive a arquitetura do filme. Isso foi feito justamente para gerar o mínimo de distorção possível durante a gravação da película, que chegou a ser filmada horizontalmente em função dessa escolha. Além disso, a obra tem uma longa extensão, e como filmes com mais de 3h são difíceis de emplacar no cinema atual, o diretor optou por fazer uma pausa entre as duas partes da obra.
‘Flow’ é o primeiro longa da Letônia no Oscar
Se o Brasil parou com o sucesso de “Ainda estou aqui”, não dá nem pra imaginar como a Letônia, país do leste europeu com menos de 2 milhões de habitantes, conseguiu continuar o dia a dia depois da notícia do primeiro longa do país receber indicações ao Oscar. Ainda mais quando esse filme é “Flow“, uma animação feita com poucos recursos e com ferramentas de criação gratuitas, que conseguiu o favoritismo contra filmes como “Divertida mente 2”.
A história que conquistou o mundo se volta para um gato preto, que sempre viveu sozinho e não conseguia confiar em outros animais. Depois de perder sua casa e ter que ir para um barco com outras espécies, no entanto, ele precisa aprender sobre a convivência em comunidade. O filme faz isso apenas com sons de animais de verdade, sem apresentar qualquer voz humana durante os 85 minutos da obra.
A alegria por esse filme ter quebrado barreiras e estar sendo reconhecido é tanta, em seu país de origem, que o troféu recebido no Globo de Ouro já virou patrimônio nacional e está sendo exposto no Museu Nacional do país. Além disso, o próprio governo ergueu uma estátua homenageando o gatinho protagonista na capital do país.
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