Skate Rock Fest reúne bandas, mostra de artes visuais e skate pedindo ‘Justiça por Daniel’

Skate Rock Fest acontece no Beco da Cultura, neste domingo, a partir das 14h, e busca homenagear o jovem que foi vítima de um disparo feito por um sargento do exército


Por Elisabetta Mazocoli

19/05/2024 às 06h00

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Fotografia de Diogo Andrade, irmão de Daniel, jovem homenageado na mostra (Foto: Divulgação)

O Skate Rock Fest acontece neste domingo (19), reunindo bandas, mostra de artes visuais e skate em prol de um lema: justiça por Daniel. O evento acontece no Beco da Cultura, a partir das 14h, e busca homenagear o jovem vítima de um disparo feito por um sargento do Exército no dia 17 de março, no prédio em que morava, no Morro da Glória. Como explica o organizador do evento, Guilherme Melich, também vocalista da banda Traste, a ideia era juntar os interesses do amigo para homenageá-lo, ao mesmo tempo que se chama atenção para o caso.

No evento se apresentam as bandas Traste e Loco, Nostalgia do Medo, de Juiz de Fora, e também Last Warning, de Belo Horizonte. Ainda vão estar presentes os DJs Pedro Paiva e Snup In. Além disso, será feita uma mostra coletiva de artes visuais, onde serão expostos desenhos do próprio Daniel “Monstro” (apelido dado  pelos amigos), fotografias de seu irmão Diogo Andrade, e trabalhos de outros artistas como Tainá Novellino, Elisandro Calheiros, Lucille Melich, Josimar Freire (Gramboy), Felipe Spinelli, Jorge Vision e Nil Solá. 

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Desenho do dragão feito por Elisandro Calheiros, tatuador e amigo de longa data de Daniel (Foto: Divulgação)

Logo em frente ao Beco da Cultura, na Praça Antônio Carlos, a Associação de Skate Juizforana (AJS) reunirá diversos skatistas da cidade para prestarem sua homenagem, promovendo um “grande rolé de skate coletivo”, com direito a campeonato de melhor manobra (best-trick). “É realmente uma homenagem ao Daniel e uma forma de celebrar sua vida. Ele sempre foi muito ligado à música, à cultura do skate e ao universo dos quadrinhos”, diz. 

Para Guilherme Melich, a importância de realizar o evento está em mudar a visão que se teve de Daniel. “Traçaram o perfil do Daniel como se ele fosse um agressor de idosas, agressor da própria mãe, o que em hipótese alguma é verdade”, diz. Essa situação fez com que vários amigos e familiares se reunissem com o intuito de prezar pela memória do Daniel, e lembrar quem ele foi de verdade. “A primeira força que nos moveu foi a vontade de jogar um holofote no caso. Poder gritar “Justiça por Daniel!” para além das redes sociais”, diz. Além do evento, também foi feito um abaixo-assinado rogando por justiça para o caso.

As expectativas para o evento, da parte da organização, é de um público empolgado e solidário quanto à luta dos familiares e amigos. “Sabemos que estamos lidando com sentimentos agridoces, porque ao mesmo tempo que temos algo entalado na garganta e sentimos essa necessidade de lutar por justiça, queremos celebrar a vida do Daniel, fazer uma festa em homenagem a quem ele realmente foi. Algo nos padrões do Dia de Los Muertos, que acontece no México. Um evento em memória daqueles que não estão mais entre nós”, reflete Guilherme.

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