Xote, baião e forró: cantor juiz-forano Thiago Miranda realiza show ‘NorDestino’ no Cine-Theatro Central
Disco tem participações de Bráulio Bessa, Janayna Pereira e Daniel Gonzaga, neto do rei do baião

Xote, baião e muito forró. Esses são alguns dos ritmos que embalam o trabalho do cantor e compositor juiz-forano Thiago Miranda, que celebra mais de 20 anos de carreira neste domingo (19), às 19h30, no Cine-Theatro Central, em Juiz de Fora. A apresentação contempla o disco “NorDestino”, lançado em abril.
A entrada é gratuita e pode ser garantida por meio de cadastro no site do Thiago. Oshow será dividido em dois momentos, o primeiro, uma retrospectiva das duas décadas de estrada; o segundo, o novo álbum, acompanhado por banda completa e convidados especiais.
Produzido pelo próprio artista, o novo álbum marca uma virada na trajetória de Thiago, que vinha se dedicando majoritariamente ao samba. A inspiração para mergulhar nas sonoridades nordestinas nasceu durante a pandemia de Covid-19, quando o músico começou a realizar lives nas redes sociais.
“Eu fazia transmissões e, com o tempo, o público de diversos estados do Nordeste passou a me acompanhar e a pedir repertórios específicos, como Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Gilberto Gil. Eu conhecia os clássicos, mas precisei estudar bastante para atender àquela demanda. Acabei compondo uma sequência de xotes e baiões e, quando percebi, já tinha repertório para um disco inteiro”, relembra.
O resultado foi um álbum autoral que transita por gêneros como xote, baião, maracatu e toada, com participações que reforçam a identidade cultural do projeto. Entre elas estão Bráulio Bessa, referência na literatura de cordel; Janayna Pereira, ex-vocalista da banda Bicho de Pé; o Trio Forrozão; As Januárias; Apá Silvino; e Daniel Gonzaga, neto de Luiz Gonzaga e filho de Gonzaguinha.
“Essas parcerias surgiram de forma espontânea. O Daniel, por exemplo, entrou porque eu havia composto uma canção inspirada em Gonzaguinha. Já o Bráulio era um sonho antigo, queria que a faixa-título tivesse uma poesia de cordel, e ele é o nome mais representativo nisso hoje”, conta em entrevista à Tribuna.
A canção “NorDestino”, que dá nome ao álbum, sintetiza o espírito do projeto. Na voz de Thiago e na poesia de Bráulio, o verso “O meu destino é cantar desde menino que me atrevo / Nessa lida que é minha vida e sempre vai ser” resume a entrega do artista à música e à busca por autenticidade. A letra, escrita em tom de confissão e celebração, reflete o olhar amadurecido de quem percorreu duas décadas de palco e encontrou novas formas de se reinventar.
Gravado e produzido no estúdio do próprio artista, “NorDestino” marca também a consolidação de Thiago Miranda como produtor musical. O cantor já havia assinado a produção de seus três álbuns anteriores, mas considera este trabalho um passo adiante em maturidade e domínio técnico.

Realizado quase integralmente em seu estúdio, o álbum simboliza uma nova fase criativa e já ultrapassa 300 mil reproduções nas plataformas digitais, número que superou as expectativas do músico e reforça a boa recepção do público.
Thiago reafirma, com o novo trabalho, a disposição de ampliar suas fronteiras musicais e dialogar com diferentes tradições do país. Ao explorar o universo nordestino sob uma perspectiva mineira, o artista propõe uma ponte entre culturas, resultado de um processo de pesquisa e experimentação que se reflete em cada faixa do álbum.
“Falar do Nordeste sendo mineiro é um desafio, mas é também uma forma de celebrar e agradecer essa cultura que me acolheu e me inspirou tanto. É um trabalho feito com amor e respeito”, resume.
*Estagiária sob supervisão da editora Gracielle Nocelli