Seguindo a fórmula
Quem manja dos clichês dos filmes de terror sabe que uma das fórmulas mais batidas do gênero é reunir um bando de jovens incautos em uma casa/mansão abandonada – de preferência em uma floresta – e deixá-los à mercê de alguma força sobrenatural ou assassino de carteirinha, como o imortal Jason Voorhees. Quem nunca se lembra disso, claro, são os próprios jovens, mesmo que algumas produções brinquem com o fato. Por isso é de se estranhar que James Wan, o responsável por dar ao mundo a série “Jogos mortais” e o surpreendente “Invocação do mal”, tenha criado um argumento dos mais batidos para “A casa dos mortos”, que estreou na última quinta-feira.
Além de criar o argumento, Wan trabalhou como produtor no filme, deixando a direção para Will Cannon, que teve de trabalhar a partir do assassinato de um grupo de jovens em uma mansão abandonada. Cheios de moral por se considerarem “os caça-fantasmas”, eles tentam invocar os espíritos das pessoas mortas no local muitos anos antes, mas obviamente a “brincadeira” não dá certo, e apenas um deles sobrevive. Em seu depoimento à polícia, ele diz que os amigos descobriram – tarde demais, é claro – que a mansão é, na verdade, um portal para o inferno, com vários demônios fazendo a festa no local. Como ninguém acredita no sujeito, um policial e uma psicóloga resolvem investigar o que teria realmente acontecido por lá.
A partir daí, “A casa dos mortos” balança mais para o lado do suspense que do terror, com as cenas mais interessantes sendo aquelas no estilo “gravações perdidas” de “A bruxa de Blair”. Para quem soube criar um universo perturbador com o sadismo gore e o verdadeiro pavor psicológico de “Jogos mortais” – sem se esquecer da forma como utilizou uma casa mal-assombrada para criar tensão em “Invocação do mal” -, James Wan parece ter sido acometido por uma preguiça daquelas ao criar o enredo de “A casa dos mortos”.