No embalo dos quelônios


Por JÚLIO BLACK

16/06/2016 às 07h00- Atualizada 16/06/2016 às 08h25

As tartarugas antropomórficas voltam a combater o crime no longa dirigido por Dave Green

As tartarugas antropomórficas voltam a combater o crime no longa dirigido por Dave Green

A ideia era bizarra desde o início: tartarugas modificadas por radiação recebem treinamento de um rato especialista em artes marciais e dedicam suas vidas a combater o crime, ganhando os nomes de quatro artistas italianos do Renascimento. Mas o caso é que as Tartarugas Ninja, criadas pela dupla Kevin Eastman e Peter Laird, estrearam nos quadrinhos em 1984 e logo se tornaram um sucesso, fazendo com que a paródia às histórias do Demolidor escritas e desenhadas por Frank Miller, com pitadas de “Ronin” (do mesmo artista) e Novos Mutantes ganhassem o mundo por meio de desenhos animados, bonecos, camiseta, videogames, penduricalhos mil e também o cinema, com diversas produções dedicando-se às aventuras dos quelônios fanáticos por pizza. A mais recente delas, com o subtítulo “Fora das sombras”, chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira.

Continuação do longa lançado em 2014, a produção tem a principal mudança na direção: Jonathan Liebesman dá lugar a Dave Green, e o elenco tem a adição de Stephen Amell no papel de Casey Jones. Megan Fox continua a emprestar a sua popularidade doses generosas de pele para a intrépida April O’Neil, enquanto que Donatello, Leonardo, Michelangelo e Rapahel ganham vida por meio de efeitos computadorizados. Efeitos especiais, inclusive, não faltam no longa, que ganhou versão em 3D para atrair o público aos cinemas.

A história, por sua vez, é bem simples e traz quase todos os personagens populares entre os fãs da franquia. As Tartarugas Ninja continuam na sua vidinha de combater o crime enquanto se escondem nas sombras, mas eventualmente precisam sair da coxia quando uma fórmula experimental permite que seres humanos sejam transformados em híbridos com animais extremamente parecidos com eles – e que poderiam fazer com que eles ganhassem a forma humana, o que divide o quarteto. Logo, os heróis terão que enfrentar o vilão Destruidor, o Clã do Pé e a dupla antropomórfica Bebop e Rocksteady, sem saber que a ameaça maior ainda está para chegar na forma de Krang, o cérebro falante que deseja dominar o mundo.

O resultado da produção é um filme que vem dividindo a crítica. Para alguns, “As Tartarugas Ninja – Fora das sombras” é divertido, mostrando um bom desenvolvimento dos personagens, roteiro enxuto e com cenas de ação dignas de Michael Bay, do megalomaníaco “Transformers”; para outros, o filme peca por ter um roteiro confuso e personagens pessimamente desenvolvidos, além de piadas indignas sequer do público infantil e que fica ainda mais irritante por apostar nos excessos dignos do já citado Michael Bay, como destruição insensata e uma câmera que não consegue parar mesmo nos diálogos banais. A questão é saber quem está com a razão no final das duas horas de projeção.

AS TARTARUGAS NINJA – FORA DAS SOMBRAS

UCI 4 (3D/dub): 13h e 17h45. UCI 4 (3D): 15h20 e 20h10. Cinemais 5 (3D/dub): 14h30, 16h50, 19h e 21h20. Palace 2 (dub): 14h, 16h20, 18h40 e 21h (exceto segunda-feira). Santa Cruz 1 (dub): 18h30. Santa Cruz 2 (dub): 16h15

Classificação: 10 anos

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