Após cinco anos fechado, Museu de Marmelos reabre as portas
Espaço passou por reforma e restauração, e funcionará duas vezes por mês apenas
A história da energia elétrica no Brasil volta a contar com um endereço importante nesta quinta-feira (17), com a reabertura do Museu de Marmelos Zero, fechado por cinco anos. O local preserva a mesa particular do empreendedor Bernardo Mascarenhas (idealizador e fundador da usina), o rascunho da planta do local, o painel de controle de energia e a réplica de um gerador utilizados antigamente, além de fotografias da construção do empreendimento, do fundador e de sua família. Tombado em 1983 pela Prefeitura de Juiz de Fora e em 2005 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), o prédio reabre as portas com pisos tratados, instalações elétricas, pinturas e coberturas novas, bem como a edificação de uma passarela para pedestres.
Primeira hidrelétrica da América do Sul de grande porte e pioneira no fornecimento público de energia do país, a Usina de Marmelos, que data de 1889, fortaleceu a indústria juiz-forana e contribuiu para que a cidade expandisse sua potência na região e no país. Pertencente à Companhia Mineira de Eletricidade, o espaço foi incorporado pela Cemig em 1980 e por longos anos manteve-se como um dos principais memoriais do pioneirismo local. Criada num período de crescente prestígio da cidade, a usina tornou-se o grande símbolo do que hoje configura-se como a Manchester Mineira. Para se ter uma ideia, Juiz de Fora, 20 anos antes da construção da hidrelétrica era o terceiro município em arrecadação na província (hoje estado) e em dez anos passou a primeiro maior arrecadador. Inaugurada em 1861, a Estrada União Indústria, onde está localizada a usina, reduziu drasticamente os custos de viagens para o Rio de Janeiro. E a ferrovia, que margeia o curso d’água, era altamente eficiente.
Segundo o pesquisador Anderson Pires, em seu “Café, finanças e indústria: Juiz de Fora 1889-1930”, a Zona da Mata nos anos finais do século XIX era uma das poucas regiões efetivamente integrada em Minas Gerais. E mais do que exibir maquinários e a genialidade de Bernardo Mascarenhas, o Museu de Marmelos Zero apresenta a promessa de que a cidade representou no cenário nacional. A abertura do espaço, contudo, ainda não é total. O local dispõe, até maio, de apenas cinco datas para visitas espontâneas, todas aos sábados, das 9h ao meio-dia e das 14h às 17h. Ainda, quatro sextas-feiras, de fevereiro a maio, estão reservadas para visitas de grupos, através de requisições a serem feitas pelos e-mails [email protected] ou [email protected]. A recepção aos visitantes é feita na entrada do Clube da Gremig (Grêmio Recreativo e Cultural dos Empregados da Cemig), cujo acesso é feito pela Estrada para a Usina Marmelos, logo no início da BR-267.
Museu Marmelos Zero
Visitações nos dias 19 de janeiro, 16 de fevereiro, 30 de março, 27 de abril e 25 de maio, das 9h às 12h e das 14h às 17h. Agendamentos para grupos para visitas nos dias 1º de fevereiro, 15 de março, 12 de abril e 10 de maio, pelo e-mail [email protected]. Estrada para Usina de Marmelos 620 – Retiro