‘Estar no palco significa estar vivo’, afirma Beto Guedes, que se apresenta em Juiz de Fora
Músico mineiro faz show na cidade nesta sexta, no Cine-Theatro Central, celebrando seus 50 anos de carreira
Um dos responsáveis por moldar o que o mundo conhece como música mineira, Beto Guedes volta a Juiz de Fora para se apresentar, nesta sexta-feira (9), no Cine-Theatro Central. O músico, em turnê para celebrar seus 50 anos de carreira, promete um repertório que passa por seus principais sucessos. Os ingressos podem ser adquiridos no Blueticket ou na bilheteria do teatro.
Beto Guedes é natural de Montes Claros e filho de Godofredo Guedes, um multi-instrumentista que fabricava seus próprios instrumentos. Em um berço musical, a música era como o caminho possível. E as tantas referências que teve, desde o início, são uma das marcas que refletem em todos esses anos dedicados a sua guitarra, a sua composição e a sua voz – à música como um todo.
Se foi no Clube da Esquina que fez sucesso, foi em sua carreira solo que mostrou que sua música são várias. E logo de cara, com o lançamento de “A página do relâmpago elétrico”, em 1977, em que o rock progressivo parece habitar em toda áurea do disco. E isso mostra que, apesar de o Clube da Esquina ter sido um definidor do que se considera a música mineira, todos os músicos participantes do grupo (e, inclusive, de todo o estado) provam que, na verdade, a música mineira são várias, como afirma Beto Guedes, em entrevista à Tribuna.
“Minas tem uma diversidade gigantesca. Cada região tem a sua música, suas identidades e uma infinidade de compositores. Nós criamos muitas canções nesses 50 anos que tem uma identidade mineira, mas não podemos resumir a música mineira ao Clube da Esquina, por mais que ele tenha uma importância enorme na música brasileira e mundial. A nossa música ocupa um lugar muito especial na música brasileira e isso é uma alegria muito grande.”
Pela música
Apesar de toda essa importância, inclusive com o disco “Clube da esquina” ter sido considerado um dos melhores do mundo, Beto Guedes conta que esse sucesso nunca foi imaginado, seja dentro do grupo ou mesmo em sua carreira solo. Seu negócio sempre foi tocar e experimentar. “Eu comecei porque sempre gostei de música. De tocar guitarra, de compor e divertir com os amigos. E as coisas foram acontecendo”, justifica.
E os sucessos também foram acontecendo. No ano seguinte ao seu debute solo, Beto Guedes lança o disco “Amor de índio”, já com suas músicas que, ainda hoje, ocupam o imaginário e a história de diversas pessoas, como a que dá nome ao álbum, além de “Feira moderna e “O medo de amar é o medo de ser livre”. E, no outro ano, mais um disco: “Sol de primavera”, com a música-hino de sua carreira. Dois anos depois, “Contos da lua vaga”, com outra clássica, “O sal da terra”. E assim segue, com tantos destaques memoráveis.
Trabalho inédito em breve
Desde 2010, no entanto, com “Outros clássicos”, Beto Guedes não lança um trabalho inédito. O que não significa que não esteja compondo. Pelo contrário. Ele afirma que tem “muitas coisas que podem ser lançadas a qualquer momento”. E segue: “Nesse momento, em shows, comemorando os 50 anos de carreira, com vários projetos. Em breve teremos novidades. Estou sempre compondo”.
50 anos de carreira de Beto Guedes
Este é um momento em que Beto Guedes revisita sua história, quando revê tudo o que produziu nesses 50 anos. Tem feito isso em seus shows ao lado de Lô Borges e Flávio Venturini, parceiros de uma vida inteira. Mas nessa missão em que foca em sua própria trajetória, como no show em Juiz de Fora, ele conta com sua banda formada por seu filho, Ian Guedes (guitarra), junto com Adriano Campagnani (baixo), Arthur Resende (bateria) e Will Motta (teclados).
Beto Guedes aproveita essas apresentações e, com suas músicas, tem a missão de fazer com que o público repense o caminho da humanidade – mensagem presente em diversas de suas canções. “Ser músico é uma missão. É uma dedicação diária”, afirma o músico, que cumpre com o seu ofício cada vez que dedilha uma nota de sua guitarra, escreve uma linha, canta qualquer nota, sobe no palco, que é a forma de resumir tudo isso. “Estar no palco significa estar vivo. O palco é onde trocamos energia com o público. É o melhor lugar que eu posso estar.”
Serviço
Beto Guedes e Banda
Sexta-feira (9), a partir das 20h
No Cine-Theatro Central (Praça João Pessoa s/n – Centro)