Ligya Alcantarino celebra 45 anos de carreira com show intimista no Cine-Theatro Central
Apresentação gratuita terá repertório autoral e recurso de audiodescrição para pessoas com deficiência visual
A cantora, compositora e produtora artística Ligya Alcantarino comemora 45 anos de carreira com o show “Ligya Autoral – Atemporal”, nesta quinta-feira (10), às 19h, no Cine-Theatro Central. A apresentação será no formato intimista, em que artista e público dividem o palco. A entrada é gratuita.
Ligya se apresenta acompanhada por Sergio Leite (teclados e direção musical), Pedro Brum (guitarra), Paulinho Glanzmann (baixo) e Leandro Scio (bateria). O show também contará com participações especiais de Alice Santiago, Sarah Vieira e Tata Rocha (vocais), Hermanes Abreu (violão) e Tielo Filippo (guitarra).
O repertório inclui canções autorais já disponíveis nas plataformas digitais, como “Blues gay”, “Me faz feliz” e “Dai-me luz”, do álbum “Ligya – Atemporal”, além dos singles “Sonhos são mensagens” e “Por aí”, gravados com Victor Biglione. Inéditas como “Gratidão” e “Há de chegar” também farão parte da apresentação, que também contará com uma homenagem à Rita Lee.
“Será uma atmosfera musical afetiva de celebração, gratidão e entrega. As canções retratam minhas vivências nesses 45 anos e apontam novos caminhos”, diz Ligya.
Trajetória

Natural de Juiz de Fora, Ligya começou na música aos 12 anos, após ganhar o primeiro violão do pai e estudar no Centro Cultural Pró-Música. Na década de 1980, criou o grupo de música autoral A Nata do Lixo, com o qual se apresentou em festivais pela Zona da Mata. Como produtora cultural, trouxe à cidade nomes como Adriana Calcanhoto, Marisa Monte e Victor Biglione.
Nos anos 1990, já no Rio de Janeiro, produziu o álbum “Cássia Eller e Victor Biglione in Blues”, lançado 30 anos depois e vencedor do Prêmio da Música Brasileira 2023 na categoria Melhor Álbum em Idioma Estrangeiro.
Após quase duas décadas no Rio e em São Paulo, Ligya voltou a Juiz de Fora em 2006. Desde então, consolidou uma parceria com o músico Dudu Lima, produzindo mais de 20 álbuns e turnês com o Dudu Lima Trio e colaborando com artistas como Milton Nascimento, João Bosco, Toninho Horta e Stanley Jordan.
“Vejo esses 45 anos com muita gratidão. Foi um privilégio atuar como produtora e, em paralelo, desenvolver meu processo criativo como compositora e intérprete”, afirma a artista.
Acessibilidade e inovação
O show contará com audiodescrição, recurso voltado a pessoas cegas ou com baixa visão. A responsável é a audiodescritora Kelly Scoralick, que explica que o trabalho vai além da descrição das músicas. “Vamos transmitir as expressões dos músicos, os movimentos no palco, os figurinos e toda a construção cênica, permitindo que o público com deficiência visual tenha uma experiência completa”, detalha.
Segundo Kelly, a iniciativa marca um avanço na inclusão cultural em Juiz de Fora. “É uma forma de garantir o direito de todos ao acesso à arte. A audiodescrição não apenas amplia a compreensão do espetáculo, mas também democratiza o espaço cultural.”
*Estagiária sob supervisão da editora Gracielle Nocelli