25 dias de arte cênica


Por Marisa Loures

08/01/2015 às 10h46

Dessa sexta até 1º de fevereiro, o espectador que gosta de curtir teatro e dança vai ficar perdido em meio à quantidade de espetáculos em cartaz na cidade. A Campanha de Popularização do Teatro e da Dança de Juiz de Fora chega trazendo 25 dias de atrações, entre peças, oficinas, cenas curtas, números de palhaçaria, show musical e exposição de artes visuais com Yure Mendes. Ele assina “Curvas”, mostra que apresenta esculturas de ferro oxidado inspiradas na natureza e na expressão corporal. Um cortejo com artistas devidamente paramentados abre a festa, nesta sexta, às 18h, no Parque Halfeld. O trajeto terá direito a performance de dança contemporânea dos bailarinos Paulo Silva e Sylvia Renhe, da Cia. de dança Inércia Zero. Às 19h, no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas, acontece um show de abertura com o grupo Lúdica Música!.

“Nosso foco foi sempre oferecer aos artistas locais a oportunidade de divulgarem seus trabalhos, portanto, de serem valorizados, e à população, assistir às produções de Juiz de Fora a preços populares, numa época de férias”, ressalta Cristiano Fernandes, presidente da Associação de Produtores de Artes Cênicas de Juiz de Fora (Apac), instituição responsável pelo evento. Os ingressos estão à venda, de segunda a sexta, do meio-dia às 19h, e aos sábados, a partir das 10h, no trailer da Apac, montado no Parque Halfeld.
Do drama à comédia, há montagens para todos os perfis. Algumas são velhas conhecidas, arrancam gargalhadas há décadas, mas nem por isso perdem os aplausos do espectador. “Os espetáculos que continuam sendo apresentados são aqueles já aprovados pelo público e que sempre garantem plateia cheia. Além deles, novidades acontecerão, em várias linguagens, para fidelizar esse espectador e atrair novos.” Marcos Marinho e a Caravana Mezcla de Palhaços voltam com “Perdida! Electra num mundo de palhaços”, uma adaptação para o clássico grego de Eurípedes, e “Mirabolantes”, composta por trapalhadas entremeadas com música e história. Também será a oportunidade de rever a performance de Vinícius Cristóvão e do grupo 4zero4 em “Casa dos espelhos.” Segundo o ator, a ideia é que a peça seja apresentada com algumas modificações. Vinícius terá que lidar com o improviso em cena.

Divulgação
“Perdida!Electra num mundo de palhaços” mistura o universo clássico de Eurípedes a número de palhaçaria

Drama e comédia rasgada

Baseada em fatos reais, a INmundos retorna ao CCBM com a tragédia de três pessoas em situação de rua que encontram abrigo em uma estação de trem abandonada. Na linha do drama cômico, a Close Formação Artística investe em “O homem do cartaz”. Para quem quer rir de algumas situações irritantes que ocorrem com frequência durante as sessões teatrais, a dica é ver “Sete minutos”, com a Cia. Teatral Fazendo Arte. Ruídos de bala, sacos de batatas fritas, celulares, tosses e pigarros deixarão o protagonista muito nervoso. Entre as opções de humor rasgado, está o repertório de comédias de Cláudio Ramos (“Lugar de mulher… Uma sátira ao machismo”, “O filho da mãe”, “Velório à brasileira”, “Minha sogra é um pitbull”, “Fulaninha e dona coisa”), Lair Braida e sua turma (“Improvizol”, “Butecomédia – Tho and a ft man”), Rafael Titonelly (“Do improviso ao riso”), Gueminho Bernardes (“Mineiros on the beach”, “Mocreias na laje”, “Como fracassar na vida e ser infeliz no amor”, “Tropa de elite da guarda municipal de Juiz de Fora”, “Melhores momentos do TQ”, “Mau humor”, “Made in Piraúba”) e Adelino Benedito (“Irmãs gêmeas – uma comédia em dose dupla”).

A programação voltada para adulto segue com “Alguma coisa você tem”, de Táscia Souza, José Eduardo Brum, Marcus Martins e Gustavo Burla; “Não-vão-além: como enraizar o amor que voa”, de Felipe Moratori; e “Confissões”, “Éramos tão felizes” e “Uma valsa para 5”, de Alexandre Gutierrez. Será a vez de rever ainda nove esquetes da última edição do Festival de Cenas Curtas de Juiz de Fora. Aos que preferem dança, a campanha traz Raíssa Ralola na performance “A/R” e Paulo Silva em “Autopsiar-me.” Como criança é quem mais se diverte, os pequenos podem assistir à “#brincadeiras”, com o palhaço Torresminho e sua trupe; “Histórias para acordar” e “O flautista misterioso e os ratos de Hamelin” do Contaê; “Joãozinho e Maria”, com a Isto Cia. Teatral; e “Palhaço Rosquinha em: hoje tem alegria”, de Valdir Alves.

Momento de formação
É passada a hora de voltar as atenções para a formação do artista da cidade. Segundo Fernandes, é pensando nisso que a campanha oferece oficinas e bate-papo sobre os espetáculos. Os interessados devem se inscrever no trailer da Apac. Giselle Mara, Raruza Kiara e Camila Ribeiro, alunas-pesquisadoras do projeto “Movère”, trabalharão com um processo ecopoético de treinamento para o ator-dançarino e de construção de cena espetacular. Enquanto Raíssa Ralola e Rodrigo Andreolli propõem uma imersão nas pesquisas que desenvolvem sobre “A/R – Estudos da distância”, Marcos Marinho abordará “A máscara como instrumento de preparação do ator”. Por fim, Paulo César traz “Os estados físicos do corpo – Processo de criação e improviso”. Como que a fechar um processo com chave de ouro, o Fórum Permanente de Artes Cênicas, realizado pelo Conselho Municipal de Cultura de Juiz de Fora (Concult/JF), fará parte dessa edição do evento. “O objetivo é discutir a importância deste conselho frente às necessidades e especificidades das artes cênicas na cidade. O público poderá tirar suas dúvidas quanto ao funcionamento e às competências da cadeira de artes cênicas no Concult”, finaliza Fernandes, convidando para a reunião de avaliação da campanha, programada para 3 de fevereiro, às 19h, no CCBM.

 

 

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