‘Um lugar silencioso’: Não tem grito, mas assusta pra diabo
Dirigido por John Krasinski, filme mostra família em um mundo pós-apocalíptico em que qualquer som pode significar morte certa
Viciados em séries conhecem John Krasinski como Jim, um dos protagonistas da versão americana da série “The office”, um dos poucos sujeitos sãos em um escritório onde o caos e a incompetência corporativa eram a lei. Pois bem: além de ator, ele é roteirista, produtor e diretor, ofício em que havia assinado duas produções antes do mais que elogiado “Um lugar silencioso”, que estreia no Brasil nesta quinta-feira (5) e mostra sua habilidade para lidar com histórias de terror, gênero no mínimo inusitado para quem o via ao lado de Steve Carrell e Rainn Wilson em “The office”.
Apesar de ser um “neófito” quando o assunto é terror, Krasinski vem recebendo elogios entusiasmados da crítica com a produção, ao apostar no horror psicológico que foge dos clichês mais batidos do gênero, como provocar sustos no espectador a cada 30 segundos ou gritaria desenfreada. O lance, aqui, é usar o silêncio para transmitir as sensações de medo, desespero, isolamento e puro terror vividas pelos protagonistas. Por conta disso, “Um lugar silencioso” é visto como a aposta de 2018 para repetir o sucesso de “Corra!”, longa de 2017 em que as relações raciais serviam de pano de fundo para uma história tão perturbadora quanto cômica – e que rendeu um Oscar de roteiro original para o diretor Jordan Pelle. Há quem compare, ainda, o trabalho de John Krasinski ao de M. Night Shyamalan.
A história se passa em uma fazenda no interior dos Estados Unidos, mais exatamente no Meio-Oeste, local escolhido por uma família para viver após um evento apocalíptico que não chega a ser explicado. Assim como toda a população do planeta, eles precisam manter-se em silêncio absoluto para não serem mortos por criaturas assustadoras que localizam suas vítimas por meio dos sons que elas fazem ou emitem. Toda a comunicação é feita por meio de sinais.
Além de dirigir, John Krasinski interpreta o pai da família; esposa do ator/diretor, Emily Blunt ficou com o papel da mãe, uma mulher grávida (situação em que se encontrava na vida real) prestes a dar à luz, e ambos precisam cuidar de si e dos filhos sobreviventes, interpretados por Noah Jupe e a deficiente auditiva Millicent Simmonds. É nesse ambiente austero, desolador, em que a trama se desenrola, com a maior parte do filme sendo marcada pelo silêncio, muitas vezes preenchido pela trilha sonora de Marco Beltrami, e outros em que os menores sons transformam-se no alerta para o terror absoluto, principalmente quando as misteriosas criaturas parecem estar próximas a ponto de destroçar os personagens – e os nervos da plateia.
Um lugar silencioso
UCI 1 (leg): 22h10. UCI 3 (leg): 14h. UCI 5 (dub): 15h50. UCI 5 (leg): 20h10. Cinemais Alameda 2 (dub): 15h10, 19h20. Cinemais Alameda 2 (leg): 21h40. Cinemais Jardim Norte 2 (dub): 15h10, 17h10, 19h30. Cinemais Jardim Norte 2 (leg): 21h50. Classificação: 14 anos