Silva faz show em Juiz de Fora neste sábado
Músico capixaba se apresenta na cidade pela primeira vez no Independência Vibra, que conta, ainda, com show do ETC

Lúcio Silva chegou de mansinho em 2012 com o disco “Claridão”. Antes dele, o músico capixaba, já se autointitulando apenas Silva, tinha se apresentado com as seis músicas que compõem o EP “2012”. Tendo a internet como importante difusora musical naquele momento, o pequeno disco foi lançado pela Som Livre, mas exclusivamente no iTunes. E, depois disso, Silva soube nadar naquilo que já tinha iniciado, e apresentou o “Vista pro mar”, em 2014. Mesclando referências eletrônicas e, na raiz, a MPB e o samba, foi “Júpiter” que o fez alavancar a carreira. Tanto que, em seguida, ele se permitiu deixar de lado as composições para se aventurar nas de Marisa Monte, com “Silva canta Marisa”. “Brasileiro” e “Cinco” já mostram um outro Silva: sim, muito mais brasileiro, mas ainda mais misturado. Para comemorar os dez anos de estrada, completos em 2021, ele lançou o “De lá até aqui”, que passeia por todos os discos já lançados. É com esse sentimento que ele se apresenta neste sábado (4), pela primeira vez em Juiz de Fora, no Independência Vibra, evento que está em sua segunda semana e acontece no estacionamento do Independência Shopping. A banda juiz-forana ETC faz a abertura, a partir das 15h.
Silva não nega que foi mudando sua forma de fazer música com o passar desses anos. Isso, longe de ser um defeito, é um reflexo claro de maturidade que ele, como cantor e compositor, foi ganhando com o passar do tempo. “Acredito que muita coisa mudou na minha vida e isso refletiu no meu jeito de fazer música. Comecei muito novo, tinha só 22 anos. Sempre priorizei a música, mas fui aprendendo a ser artista e acho que ainda tenho muito para aprender. Mas enxergo cada fase com muito carinho. Vejo que cada disco marcou bem aquele momento da minha vida”, diz.
Do disco ao show
Nesse tempo, Silva já gravou com diversos outros cantores. Em “Cinco”, por exemplo, conta com a participação de Anitta e Criolo. Ele enxerga essa mistura como uma forma de se mostrar para outros públicos e abrir as “caixas de possibilidades”. Isso fica ainda mais evidente com o “Bloco do Silva”: show que virou disco ao vivo e mistura suas músicas em ritmo de carnaval com outras já consagradas. “Mudanças de formato são bem desafiadoras, mas têm sido muito importantes para minha cabeça. O ‘Bloco’ é o momento em que posso cantar tudo que eu quiser. Aprendo muito com isso. Gosto igualmente dessas dinâmicas diferentes de show. Minha música foi quem guiou meu destino e hoje estou aqui, vivendo dela e por ela. Diria que nada como a experiência de vida e trabalho pra deixar a gente mais seguro no que faz. Aqueles desconfortos de começo de carreira já passaram, ficou só o frio na barriga que eu espero não perder nunca. É o que me mantém emocionado e vivo.”
Silva tem como costume lançar a versão ao vivo de seus discos. É uma forma mais quente de ouvir o que já foi gravado. “Um disco ao vivo é um retrato daquele momento de troca com o público. Transmite emoções diferentes. E muitas vezes a minha música se transforma muito com o tempo nos palco. Acaba que essa gravação ao vivo traz novidades em relação àquela música que foi gravada em estúdio”, ele acredita. Mas, ainda assim, é diferente a experiência do show pessoalmente. Por isso, para esse de sábado, ele garante que preparou a apresentação pensando em fazer todo mundo cantar. “Fiz um apanhado de toda minha carreira nesses dez anos e escolhi algumas das minhas preferidas. Para cada uma fiz um arranjo especial.”