Instituto Metodista confirma leilão de parte do Colégio Granbery
Área do complexo esportivo, com cerca de 13 mil metros quadrados, que inclui campo de futebol e piscina, estaria avaliada em R$ 40 milhões
A direção do Instituto Metodista confirmou o leilão de parte do terreno que abriga o complexo esportivo do Colégio Granbery, no bairro homônimo, em Juiz de Fora. A medida faz parte do Plano de Recuperação Judicial da Educação Metodista. Embora não tenha sido detalhado oficialmente o tamanho da área e o valor do lance inicial, a Tribuna teve acesso a um documento de avaliação, assinado por um perito/leiloeiro oficial, no qual cerca de 13 mil metros quadrados, que englobam o campo de futebol e a piscina, estão apreciados em R$ 40 milhões. Nesta proposta seriam preservados o ginásio e as quadras. Ainda segundo a documentação vazada, a data sugerida para o leilão on-line é no próximo dia 16, às 15h. Essas informações, entretanto, não foram confirmadas pela direção, que garante a plena continuidade das atividades de ensino.
“O Instituto Metodista informa que não existe nenhum tipo de negociação para uma possível venda do Colégio Metodista Granbery em Juiz de Fora. O que está em curso é um leilão envolvendo parte do terreno onde encontra-se o complexo esportivo que integra a unidade, mas que de forma alguma compromete o funcionamento da instituição de ensino”, destaca a nota, assinada pelo diretor-geral Ismael Valentin. A assessoria foi questionada sobre os detalhes do pregão, como data, tamanho da área a ser leiloada e valor do lance mínimo, mas a instituição se limitou a dizer que “o leilão irá ocorrer de acordo com as normas e as finalidades estabelecidas no plano de recuperação judicial da instituição”.
O leilão de parte do complexo esportivo do colégio centenário repercutiu nas redes sociais, com lamentações sobre a perda de importante espaço esportivo, que possivelmente dará lugar a algum empreendimento imobiliário, no valioso quarteirão entre as ruas Batista de Oliveira, Sampaio, Doutor Tarboux e Barão de Santa Helena.
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A Tribuna procurou a presidência da Associação dos Granberyenses, questionando quais perdas vislumbra para os atuais e futuros granberyenses com o leilão de parte do complexo esportivo, mas a entidade preferiu não comentar a decisão.
A reportagem também tentou junto à Funalfa informações referentes a possíveis processos de tombamento do Colégio Granbery no Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Comppac). A assessoria informou, por meio de nota, que o processo tramita no Comppac, “seguindo o rito legal previsto em lei. A legislação define que ao bem em processo de tombamento recai a mesma proteção de um bem tombado, ou seja, a venda do imóvel não é vedada, no entanto, não podem ser feitas modificações no bem. O processo de tombamento do Centro Esportivo do Granbery está na pauta do Comppac do próximo dia 6.”
No documento de avaliação da provável área a ser leiloada acessado pelo jornal é pontuado que os proponentes precisariam “diligenciar na Prefeitura, cancelando uma intenção e tombamento do campo de futebol”.
A assessoria da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), por sua vez, informou apenas não ter sido demandada por qualquer interessado nessa possível transação e reiterou que a aprovação de processos de tombamento é de responsabilidade do Comppac.
134 anos de história
O Colégio Granbery foi fundado na cidade em 1889 e completou 134 anos. “Não há como não mencionar o Cefe, Centro de Educação Física e Esportes, um local que contém quadras de esportes, piscinas e outros espaços. O lugar também apresenta um pequeno bosque com várias plantas e árvores que ficam dentro de um espaço cercado usado para algumas atividades. Nesse mesmo espaço, também se encontra o Núcleo de Prática Jurídica onde estudantes de Direito do Granbery têm a oportunidade de praticar o aprendizado ao longo do curso”, diz trecho do texto publicado pela instituição neste ano, que destaca a prática de esportes como uma das tradições mais fortes do Granbery.