Homenagem no João Penido

Médico Jorge Nahas, que ficou preso em Linhares durante a ditadura, volta a JF como presidente da Fhemig (Daniela Arbex/30-07-15)
O presidente da Fundação Hospitalar de Minas Gerais, o médico Jorge Nahas, foi homenageado, ontem, em Juiz de Fora, pelo diretor do Hospital João Penido, Renê Mattos. Ex-preso político de Linhares, Nahas passou 18 meses na penitenciária mineira que foi um dos principais centros de detenção do país na época da ditadura. Em 1970, o estudante de medicina da UFMG deixou o presídio, junto com outros 39 prisioneiros do regime, em troca da libertação de Von Holleben, embaixador alemão sequestrado no Rio. Nahas passou dez anos no exílio. Sua formação humana o levou a ser um dos grandes apoiadores da implantação do SUS no Brasil.
Emocionado ao receber das mãos da presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Cristina Guerra, o livro com o relatório produzido pela Comissão Municipal da Verdade, o presidente da Fhemig falou de sua ligação histórica com Juiz de Fora. “Tenho uma ligação inarredável com a cidade, porque, nos anos de chumbo, eu passei um tempo importante aqui. Acabei sobrevivendo, e os mistérios da vida me fizeram voltar à cidade como presidente da Fhemig. Tenho orgulho dos tempos passados e de ter participado ativamente do Sistema Único de Saúde que, na sua concepção, protege o cidadão não como caridade, mas como um direito. Para mim é um privilégio estar à frente da Fhemig, um novo desafio que assumo com o compromisso de luta. O que tenho a prometer daqui para frente é trabalho”, ressaltou Nahas durante a cerimônia que contou com a participação da deputada federal Margarida Salomão (PT), do psiquiatra José Laerte, que hoje volta a vereança ao assumir a cadeira do ex-vereador João do Joaninho, e do vice-prefeito Sérgio Rodrigues (PMDB), além de lideranças locais ligadas à área da saúde.