Trio invade casa, amarra moradores e rouba cofres
Atualizada às 21h27
Um trio de criminosos, caracterizados com uniformes semelhantes ao da Cemig, invadiu uma residência no Vale do Ipê, região central, e fez três reféns. A proprietária da casa, uma funcionária pública federal de 50 anos, foi rendida no portão da garagem, quando saía para trabalhar. Ela foi ameaçada com um revólver e, durante o assalto, amarrada e agredida. O filho dela, 18, e a empregada doméstica, 41, também foram amarrados e presos num quarto do segundo pavimento do imóvel, localizado na Rua Nelson Gomes de Carvalho. Um casal de idosos, 90 e 79 anos, também estava na casa no momento da invasão O crime foi registrado pela Polícia Militar no início da manhã de terça-feira (30).
Conforme o documento policial, a vítima relatou que, pouco antes de 8h30, abriu o portão da sua garagem e, no momento em que saía com o veículo, foi abordada pelos homens. Dois estavam armados com revólveres. Um deles, que aparentava ter pouco mais de 30 anos e manuseava uma arma de cor preta, calibre 38, parecia comandar toda a ação. Ele usava camisa de manga comprida e calça caqui, aparentando o uniforme da Cemig. Um segundo homem, que parecia ser mais velho, também portava um revólver calibre 38 e usava vestes lembrando o mesmo uniforme. O terceiro suspeito foi detalhado aparentar mais de 100 kg. Além da vestimenta semelhante ao uniforme, ele usava uma touca ninja preta.
A moradora foi amarrada e golpeada com socos e pontapés, pois dois invasores queriam o controle remoto para fechar o portão automático da garagem. Eles tentaram fechá-lo com as próprias mãos e danificaram o seu motor de acionamento. Mesmo com o portão aberto, o trio invadiu a residência e amarrou o filho da vítima e a emprega num quarto do segundo andar, enquanto a proprietária foi deixada em outro ponto do imóvel, sofrendo agressões e ameaças com uma arma apontada para sua cabeça.
Ela foi obrigada a dizer a localização de dois cofres que estavam em dois quartos diferentes. As caixas metálicas foram arrastadas até a garagem, onde já estava estacionado um carro utilizado pela quadrilha. Eles embarcaram no veículo e fugiram com os cofres.
Sem chamar a atenção
No boletim de ocorrência, a PM apontou que uma câmara que fica no interior de um prédio de frente da casa invadida registrou as imagens do momento em que o carro dos criminosos estacionou na esquina da Rua Nelson Gomes de Carvalho com a Rua Hameleto Fellet. Todavia, foi impossível identificar os suspeitos devido à má qualidade do vídeo. Usando os uniformes, eles permaneceram no local sem chamar a atenção da vizinhança.
Segundo o horário da câmera, às 8h08, o veículo ainda não identificado dos suspeitos estacionou no local. Às 8h25, homens desceram do carro. Às 8:35, o motorista pegou o carro e estacionou de ré no interior da garagem da vítima. Às 8h41, os ladrões saíram da garagem com o automóvel.
A perícia da Polícia Civil compareceu ao local e realizou os procedimentos de praxe, liberando a apreensão dos materiais que foram abandonados pelos autores: uma talhadeira, uma chave de fenda, dois rolos de pintura, uma bandeja para pintura, duas latas de tintas e uma touca ninja da cor preta.
Conforme o boletim de ocorrência, além dos dois cofres, os bandidos levaram um conjunto de brincos de ouro e pérola, um anel com rubi de colação de grau, uma pulseira de ouro com pérolas, dois anéis de ouro com brilhantes, um anel de ouro e pérola, um broche de ouro com madrepérola, um cordão de ouro, uma abotoadura de ouro, uma escritura da propriedade com a planta da casa, aproximadamente R$ 1 mil e objetos pessoais. A PM realizou rastreamento para capturar os criminosos, mas eles não foram localizados. A Polícia Civil vai apurar o caso.
Cemig alerta para cuidados com abordagens
Ao ser questionada pela Tribuna sobre o uso, pelos bandidos, de uniforme semelhante ao da concessionária de energia, a assessoria de comunicação da Cemig informou que irá adotar um procedimento administrativo para verificar o que pode ter ocorrido.
Em nota, a companhia alerta a população sobre alguns cuidados. Em caso de atendimento nas residências, a Cemig adverte que o cliente deve exigir a identificação daqueles que se apresentam em nome dela, uma vez que todos os empregados do quadro próprio ou de empresas contratadas usam crachá de identificação e uniforme. Se ainda assim, após a identificação, o consumidor permanecer com dúvidas a respeito da identidade da pessoa, o cliente deve ligar para o número 116 e verificar o serviço a ser realizado.
A concessionária de energia ressalta, ainda, que em nenhuma circunstância seus empregados ou prestadores de serviço recebem, no ato, dinheiro ou outros valores do consumidor a título de remuneração por serviços, taxa de visita, uso de material ou instalação de equipamento. Todas as taxas de serviço da Cemig são cobradas e detalhadas na conta de energia elétrica. A Cemig explica que os pagamentos referentes ao serviço de fornecimento de energia elétrica é realizado exclusivamente via conta de energia. Sendo assim, não há outra forma de cobrança, como depósitos, transferências ou pagamentos em dinheiro durante ou após atendimento.