Técnica pioneira para desobstruir artérias é realizada em JF
Procedimento foi feito pela primeira vez em Minas Gerais no Hospital Albert Sabin
Juiz de Fora foi a primeira cidade mineira a realizar uma técnica inovadora com o uso de laser para o tratamento de doenças obstrutivas das artérias do coração, que causam graves problemas no paciente, como infarto, insuficiência cardíaca ou até mesmo o óbito. O procedimento aconteceu em junho, no Hospital Albert Sabin, com o objetivo de desobstruir artérias coronárias.
A nova tecnologia, disponibilizada pelos cardiologistas do hospital Leônidas Alvarenga Henriques e Thales Siqueira Alves, se trata de uma angioplastia com implante de stent auxiliada por imagem e uso de laser intracoronariano. No estado de Minas Gerais, a equipe foi pioneira no uso da técnica. De acordo com os especialistas, o laser já é conhecido há algum tempo por tratar graves obstruções das coronárias, enquanto os stents, que são tubos metálicos expansíveis utilizados para restaurar o fluxo sanguíneo, são usados com frequência devido à sua grande eficiência e segurança demonstrada ao longo dos anos.
A recomendação é que a lesão deve ser preparada antes da introdução de um stent para receber a prótese com um boa abertura para sua instalação. Dessa forma, é possível evitar complicações a curto e longo prazo. No entanto, o preparo geralmente é feito por um balão que, em alguns casos, não atinge o objetivo desejado por não ser capaz de abrir placas muito duras. É neste momento que surge a nova tecnologia a laser para romper a placa, abrindo espaço para o implante do stent de forma segura, recuperando assim a circulação comprometida no local.
Com o aumento do uso do stent, surgiu uma preocupação em relação aos casos onde ocorre uma nova obstrução dentro do próprio stent previamente implantado. Para auxiliar neste cenário com segurança e eficiência, o laser é utilizado, já que ele produz a desobstrução sem danificar o stent, diferente de outros dispositivos disponíveis.

Tomografia de Coerência Óptica
O procedimento foi guiado a partir da técnica de Tomografia de Coerência Óptica (OCT) e com assistência remota do médico especialista na técnica nos Estados Unidos, Luis Augusto Palma Dallan. O OCT tem a capacidade de visualizar a parte interna do vaso que será tratado com uma resolução próxima ao corte histológico, o que representa precisão cerca de dez vezes superior que a do ultrassom, permitindo uma visão detalhada do local, com melhor planejamento e execução do procedimento.
De acordo com Leônidas, a primeira paciente a realizar o procedimento era portadora de uma doença obstrutiva das artérias coronárias, se queixava de dores no peito e já havia realizado vários tratamentos com implantes de stents e angioplastia, porém não obteve sucesso nesses tratamentos e a obstrução retornou onde havia sido colocado o stent. Com isso, os cardiologistas optaram por utilizar recursos inovadores para realizar o procedimento com sucesso.
Segundo o médico, a paciente recebeu alta 48 horas após o procedimento em ótimas condições clínicas, sendo mantida em unidade de terapia intensiva por 24 horas, parte do protocolo padrão após angioplastia. Atualmente, a paciente se encontra em ótimo estado clínico, sem queixas cardiológicas, estável e com retorno das atividades diárias sem nenhuma limitação.