Instrutor de autoescola vai a júri popular por acidente que matou três na AMG-3085

Juiz-forano acusado de embriaguez ao volante está no Ceresp desde abril, após batida na rodovia que interliga a BR-040 e a MG-353


Por Sandra Zanella

30/10/2018 às 17h43

acidente coronel pacheco by bombeiros
Choque entre os veículos deixou dois mortos em abril deste ano (Foto: Corpo de Bombeiros)

O instrutor de autoescola de 32 anos, envolvido no acidente que matou três pessoas no dia 8 de abril, na AMG-3085, que interliga as rodovias BR-040 e MG-353, vai a julgamento popular, conforme pronúncia feita pelo juiz e presidente do Tribunal do Júri, Paulo Tristão, no último dia 23. O condutor é acusado de “sob o efeito de bebidas alcoólicas, acima da velocidade permitida, com dolo eventual, ter invadido a contramão direcional e provocado uma colisão frontal com o veículo das vítimas Antônio Francisco de Assis, 69, Antônio Lucas Soares, 66, e José Carlos Rocha, 40, causando suas mortes. O motorista é juiz-forano e está preso no Ceresp desde que recebeu alta do HPS no dia 19 daquele mês. Como a defesa ainda pode recorrer da decisão, o julgamento ainda não tem data marcada.

O acidente aconteceu no trecho do novo acesso ao Aeroporto Regional da Zona da Mata. Conforme a denúncia do Ministério Público, “horas antes dos fatos, o acusado foi a um evento denominado ‘Festeja’, em Juiz de Fora, onde fez uso voluntário de bebidas alcoólicas. Ao sair da festa, entrou em seu veículo, conduzindo-o na rodovia AMG-3085, onde, no km 12, na Zona Rural de Coronel Pacheco, invadiu a contramão direcional e colidiu frontalmente com o veículo onde estavam as vítimas”.

Os idosos, que estavam no carona e na direção, morreram na hora. Os corpos ficaram presos às ferragens e foram removidos pelos bombeiros. O terceiro ocupante, 40, estava no banco de trás e faleceu dois dias depois no HPS. Logo após o acidente, conforme o MP, o condutor juiz-forano apresentava sinais de embriaguez, como olhos vermelhos e fala desconexa, mas não conseguiu realizar o teste do etilômetro, devido ao seu quadro clínico. No entanto, um sistema do mesmo aparelho, que identificaria vestígios de álcool, forneceu resultado positivo.

O juiz admitiu a acusação confirmando haver materialidade do delito e indícios suficientes de autoria. Em depoimento, o homem afirmou ser instrutor de autoescola há mais de oito anos. Após sair da festa, ele pretendia passar em Coronel Pacheco para pegar a mãe e a filha dele na casa de uma tia para irem para Goianá, onde residiria. Ele negou ter feito uso de bebida alcoólica. “Eu transitava nessa rodovia e tive um apagão. Não tive sono, não tive sonolência, nem sintomas de ‘pescar’ na direção. Eu simplesmente apaguei. Não senti, não escutei e só acordei com o policial do meu lado.” Paulo Tristão negou ao réu o direito de aguardar o julgamento em liberdade.

Tópicos: polícia

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