Instituto e chef distribuem marmitas para população em situação de vulnerabilidade social
Diariamente, Instituto Fênix distribui cerca de cem marmitas no Bairro Mariano Procópio; equipe precisa de voluntários e doações

Em quatro dias da semana, os voluntários do Instituto de Desenvolvimento Social Fênix se reúnem para arrecadar doações, preparar refeições com os alimentos doados e distribuir as marmitas para pessoas em situação de vulnerabilidade social na região do Bairro Mariano Procópio, Zona Nordeste de Juiz de Fora. No início da tarde desta sexta-feira (29), a Tribuna esteve no local e acompanhou a distribuição das refeições, que foram preparadas, pela primeira vez, pelo chef Thiago Caiafa.
O dia começou bem cedo para o chef e toda a equipe que colabora com o Instituto Fênix. Às 7h30, os materiais já estavam sendo separados, os ingredientes, escolhidos e higienizados, enquanto a refeição começava a ser preparada na atual sede do projeto, que fica localizada na Rua Feliciano Pena 187. Era 12h15 quando as marmitas foram levadas para o local de distribuição na sede de uma igreja evangélica, localizada no antigo estacionamento do Mariano Hall, na Avenida Brasil.
A fila era extensa e já ultrapassava o espaço cedido para a distribuição. Foram produzidas mais de 120 marmitas, e foram entregues água, suco, banana e doce. O prato escolhido pelo chef Thiago foi uma massa com ragu, com molho à base de carne, vinho e tomate, acompanhado de salada. “Pensamos em um prato prático de fazer, que fosse nutritivo e abraçasse o estômago”, disse o chef.
A ideia de convidar o chef Thiago Caiafa surgiu no momento em que Vanessa Farnezi, coordenadora do instituto, o conheceu pelas redes sociais e, durante um trabalho em conjunto, “o desafiou a preparar uma refeição para que esses moradores que recebem as marmitas provassem um tempero diferente”.
A auxiliar de cozinha do instituto, Estela Jardim, acredita que a iniciativa do chef Thiago pode contribuir para uma maior visibilidade do projeto, além de sensibilizar pessoas próximas ao cozinheiro que queiram ajudar ou fazer iniciativas semelhantes para ajudar essas pessoas. “Mesmo na correria, nós reparamos que muitos comem com satisfação. Outros, com muita avidez, porque pode ser a primeira refeição do dia. Nós já tivemos casos aqui de pessoas que pediram quatro refeições seguidas, porque estavam com muita fome”, conta Estela.
O chef, que atuou como voluntário, destacou que o instituto busca parceiros para continuar o trabalho. “O principal intuito dessa ação é angariar mais voluntários, doadores e patrocinadores para a Fênix, visto que é uma equipe não trabalha com a ajuda do poder público, e sim, com voluntários e doações. Então, a ideia é trazer mais cozinheiros e doações para ajudar o projeto, que luta com muita dificuldade, a continuar”, comenta.
Sobre o projeto social
Durante a pandemia de Covid-19, a coordenadora do projeto decidiu distribuir refeições prontas porque, segundo ela, havia muitas mobilizações de doações de cestas básicas, mas, em muitos casos, os assistidos não têm condições de preparar os alimentos. “Nosso propósito é fazer as refeições remetendo a casa de mãe, para que a comida caseira toque o coração dessas pessoas”, diz Vanessa. O projeto atende pessoas que estão em situação de rua, vulnerabilidade social e extrema pobreza. Segundo a coordenadora, atualmente, mais famílias e crianças estão procurando o serviço.
“No horário de prosa, enquanto eles estão comendo, conhecemos mais as histórias. Tem crianças que não aguentam esperar até o horário que é servida a merenda na escola, e elas comem aqui porque não sabem se essa vai ser a última refeição ou a primeira do dia”, destaca Vanessa.
O cardápio é feito com base nas doações que são arrecadadas. Recentemente, o projeto conseguiu uma parceria com a Benassi Juiz de Fora, que fornece legumes e frutas para a preparação das refeições.
‘É muito gratificante’
No ano passado, a voluntária Isabel Vasconcelos começou a contribuir com o instituto a convite de uma amiga. “É um trabalho muito gratificante, mais do que ajudar o próximo, a gente é ajudado, porque a troca é muito forte.” Normalmente, Isabel trabalha no projeto duas vezes por semana, mas, nesta semana, conseguiu ajudar todos os dias.
Embora sejam 40 voluntários no total, com a alta demanda, a organização ainda precisa de mais voluntários. “Teve um dia que eu entreguei o alimento para um assistido e depois, ele voltou e pediu: ‘Posso repetir o doce?’ Ai eu falei: ‘Pode, é bom adoçar a vida’. E ele me disse: ‘A senhora não sabe o quanto esse alimento nos dá força e nos adoça a vida'”, conta Isabel, emocionada.
Para quem quiser ajudar sendo voluntário, basta manifestar interesse pelo número de WhatsApp (32) 99120-1430.