Tempo seco em Juiz de Fora: especialistas recomendam cuidados com a saúde
Cuidados com a pele e maior hidratação podem minimizar efeitos da baixa umidade
O período de veranico em Juiz de Fora, que levou a temperatura máxima a 28 graus Celsius nesta semana, deve perder força a partir de domingo (31), com previsão de chuva e queda de até 5 graus, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Apesar da mudança, a precipitação não será suficiente para elevar a umidade relativa do ar, que deve permanecer abaixo dos 60% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Nesse cenário, especialistas reforçam os cuidados necessários para reduzir os impactos do tempo seco na saúde da população.
Da hidratação às vacinas: cuidados com a saúde em tempo seco
Em períodos de clima seco e frio, a proteção das vias respiratórias fica mais vulnerável, favorecendo a disseminação de síndromes gripais e outras doenças respiratórias. Segundo o infectologista Marcos Moura, o confinamento e a baixa umidade contribuem para esse cenário.
“De forma geral, são doenças que tendem a ter um desfecho brando, sem muitas complicações, com mais ou menos uma semana de mal-estar, febre, sintomas respiratórios como tosse e coriza, além de dor no corpo e cansaço”, afirma.
Apesar da tendência a quadros brandos, o especialista alerta que doenças respiratórias podem trazer complicações para idosos, crianças, gestantes, pessoas com imunodeficiência e pacientes em tratamento oncológico ou imunoterapia.
“Para esse público, os cuidados devem ser redobrados, porque pode haver complicações respiratórias, tanto infecções bacterianas ou pioras no quadro viral”, explica Moura.
Entre os cuidados necessários para esta temporada, principalmente para um público mais frágil, estão a higienização frequente das mãos, a limpeza das narinas com soro fisiológico, a vacinação adequada e uma maior cautela em ambientes com aglomerações. “Nós temos no Brasil vacinas para Influenza, para Covid, para vírus respiratórios e para infecções bacterianas, o que diminui a gama de doenças que levam a sintomas desfavoráveis. A vacinação é muito importante, porque você elimina os fatores de agravamento”, ressalta Moura.
Hidratação e ventilação dos ambientes
O aumento da ingestão de líquidos, como água, sucos naturais e água de coco, é essencial para manter a hidratação. Além disso, a baixa umidade traz incômodos para as vias aéreas. A sensação de secura na região pode ser amenizada com o gotejamento de soro fisiológico no nariz ou com a realização de lavagem nasal.
A pediatra Marta Duarte reforça ainda a importância de manter os ambientes bem ventilados e de usar máscaras em caso de sintomas.
“A coisa mais importante para reduzir as infecções respiratórias é ter uma boa saúde, ter uma boa nutrição, manter-se bem hidratado e estar com as vacinas em dia”, destaca.
Durante o tempo seco, os especialistas recomendam evitar atividades físicas ao ar livre entre 10h e 16h, faixa de maior calor e baixa umidade relativa do ar.
Cuidados com a pele e os olhos
A dermatologista Alessandra Montenegro recomenda hidratar a pele e os lábios diariamente, preferencialmente após o banho, quando a absorção pode ser melhor pela umidade, além de manter o uso de protetor solar.
“Deve-se evitar atividades que ressequem a pele, como tomar muitos banhos ao dia ou banhos quentes e demorados, além do uso de buchas e esponjas, artefatos que esfregam a pele e retiram a camada de gordura. Se precisar de mais de um banho, porque fez alguma atividade física e suou, o ideal é tomar uma ducha rápida. Em dois minutinhos, só entrar e sair de baixo do chuveiro para remover o suor”, orienta.
Ela também indica o uso de sabonetes hidratantes ou óleos de banho, que não danificam a barreira de proteção da pele. Quanto à área dos olhos, a médica indica o uso de colírios lubrificantes hidratantes, que mimetizam a lágrima, e em sua maioria não têm contra indicação.
