Emergência zoossanitária devido à influenza aviária provoca medidas de prevenção
Estado acende sinal de alerta após confirmação de oito casos em aves silvestres no Espírito Santo e no Rio de Janeiro
O Ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, declarou estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional na última segunda-feira (22), devido à influenza aviária, que foi detectada em aves silvestres. Esse vírus ataca principalmente aves, mas também podem infectar os seres humanos, e a doença já tem sete casos confirmados no estado do Espírito Santo e um caso no Rio de Janeiro, podendo ter alto risco de mortalidade em humanos. Isso fez com que fosse preciso criar medidas para impedir que a doença chegue à produção de aves de subsistência e comerciais, para que o contágio seja evitado. Em Minas Gerais, nenhum caso foi detectado, mas devido à proximidade com os estados já atingidos e à facilidade de circulação do vírus, já estão sendo tomadas medidas de prevenção seguindo as recomendações do Governo federal.
Esse tipo de gripe costuma ser contraída pelo contato com aves doentes, mas também pode ser transmitido de pessoa para pessoa. Os sintomas costumam começar dentro de dois a oito dias e podem ser semelhantes aos da gripe comum, incluindo tosse, febre, dor de garganta, dores musculares, dor de cabeça e falta de ar. Por isso, uma das principais medidas de prevenção tomadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) é a suspensão por tempo indeterminado de exposições, torneios, feiras e outros eventos com aglomeração de aves. Além disso, também fica suspensa a criação de aves ao ar livre, com acesso a piquetes sem telas na parte superior. A medida se aplica a quaisquer espécies de aves de produção, sejam elas ornamentais, passeriformes, aves silvestres, exóticas em cativeiro e demais aves criadas para outras finalidades. Outra recomendação dos órgãos é para que a população não recolha as aves doentes ou mortas, e caso tenha encontrado algum animal nessas condições, acione o serviço veterinário mais próximo para que a doença não se espalhe.
Sobre o assunto, o Governo de Minas Gerais afirma que o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) mantém as ações de vigilância constantes em granjas avícolas comerciais e de reprodução, segue estimulando o cadastro das criações de subsistência e mantém a proibição da concentração de aves em eventos agropecuários. “Medidas preventivas foram ampliadas desde novembro de 2022, após o comunicado do Ministério da Agricultura sobre o risco de introdução do vírus da gripe aviária no país, com a definição de estratégias conjuntas com a iniciativa privada, por meio da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig)”, afirma o Estado. Até o momento, não há mudanças no status brasileiro de “livre” da influenza aviária de alta patogenicidade (Iaap) perante a Organização Mundial de Saúde Animal, por não haver registro do problema na produção comercial.
Da mesma forma, em Juiz de Fora, a Prefeitura comunica que estão sendo realizadas medidas de integração com os órgãos responsáveis pela vigilância animal para que qualquer suspeita de adoecimento, em nível local, seja compartilhada, buscando identificar rapidamente pessoas expostas a esses animais. A declaração de estado de emergência vale por 180 dias e busca justamente reunir verbas da União para as instâncias federais, estaduais e municipais. “Todo esse processo é para assegurar a força de trabalho, a logística, os recursos financeiros e os materiais tecnológicos necessários para executar as ações de emergência visando a não propagação da doença”, explica o ministro Fávaro.
Monitoramento de casos
Do ponto de vista da saúde, a Prefeitura de Juiz de Fora, por meio da Vigilância Epidemiológica e Ambiental, informa que “segue monitorando ativamente os casos de síndrome gripal (SG) e síndrome respiratória aguda grave (SRAG) a fim de identificar precocemente qualquer caso em pessoas expostas a esses animais, podendo assim notificar oportunamente a transmissão humano-animal”. No caso dos animais, a vigilância e o diagnóstico no Brasil são supervisionados e de exclusiva competência da Secretaria de Defesa Agropecuária e do Mapa. No Estado de Minas Gerais, caso seja identificada alguma mortalidade anormal em aves, deve-se comunicar ao IMA.
A nível nacional, a Secretaria de Defesa Agropecuária instalou o Centro de Operações de Emergência (COE) para coordenação, planejamento, avaliação e controle das ações nacionais referente a influenza aviária. O grupo é responsável pela coordenação das ações de prevenção, vigilância e cuidado com saúde pública, bem como pela articulação das informações entre outros ministérios, órgãos, agências estaduais e setor privado.
Vacina contra influenza
Apesar de não haver vacina contra influenza aviária para humanos amplamente disponível, a PJF reforçou a importância da vacinação contra influenza sazonal, com objetivo de reduzir a carga da doença na população. No momento, o município está com a campanha de imunização contra a gripe ampliada, podendo atender todas as pessoas a partir de seis meses de idade nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade.