Juiz-forano que participou de atos golpistas é levado para Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires

Marcelo Eberle Motta foi identificado pela Polícia Federal e preso na terceira fase da Operação Lesa Pátria


Por Tribuna, com informações do Estadão

27/01/2023 às 18h36- Atualizada 28/01/2023 às 08h29

O morador de Juiz de Fora, Marcelo Eberle Motta, preso nesta sexta-feira (27) pela Polícia Federal (PF) na Operação Lesa Pátria, passou por uma audiência de custódia e foi encaminhado para a Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires na tarde desta sexta. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), que indicou que o outro preso do estado de Minas Gerais pela força-tarefa, o advogado Eduardo Antunes Barcelos, de Cataguases, na Zona da Mata, também foi encaminhado para o sistema prisional na mesma penitenciária.

Conhecido pela alcunha de Marcelo Mito, o coordenador do movimento “Direita vive!” foi alvo da terceira fase da Operação Lesa Pátria, que tem como objetivo identificar pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram os atos golpistas ocorridos no último dia 8, em Brasília. Na ocasião, o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidos e depredados. Em 2020, ele foi entrevistado pela Tribuna durante a realização de uma manifestação pela reabertura do comércio.

Em novembro do ano passado, Marcelo Motta foi preso em flagrante sob a acusação de incitar a agressão de uma mulher de 37 anos. O caso foi registrado em meio às manifestações golpistas em frente à 4° Brigada de Infantaria Leve de Montanha, no Bairro Mariano Procópio, região Nordeste. Na ocasião, Motta negou as acusações e foi liberado após a assinatura de termo circunstanciado de ocorrência.

Vice-presidente de associação de JF tem prisão preventiva decretada pelo STF

Presa em flagrante dois dias após participar dos atos anti-democráticos em Brasília, a juiz-forana Joanita de Almeida teve sua prisão convertida em temporária para preventiva na última sexta-feira (20), em decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Joanita é presidente da Associação Assistencial Derlando Ferreira Fernandes, que possui contrato ativo com a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) na prestação de serviço a creches no município. Ela também é vice-presidente do Conselho de Alimentação Escolar.

Por meio de nota divulgada no dia 12, o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional de Juiz de Fora (Comsea-JF) manifestou repúdio à possíveis atitudes da associada, assim como “aos atos fascistas e antidemocráticos” ocorridos em Brasília no início do mês.

A Tribuna tentou contato com os advogados de Joanita por vários dias, mas não conseguiu localizar os mesmos.

Terceira fase da Operação Lesa Pátria tem mandados de prisão em cinco estados e no DF

De acordo com a PF, a terceira fase da Operação Lesa Pátria tinha a intenção de cumprir 11 mandados de prisão preventiva e 27 mandados de busca e apreensão expedidos pelo STF. Além das ações em Minas Gerais, houve cumprimento de mandados nos estados do Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo e Distrito Federal.

As investigações apuram os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

Ainda conforme a Polícia Federal, as investigações seguem em curso. A PF também recebe denúncias de pessoas que participaram dos atos golpistas pelo e-mail [email protected].

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