‘Não sei se é pior a pé ou de carro‘: Rua com alto risco geotécnico no Ponte Preta traz dificuldades a moradores

Buracos e má conservação da Rua Jovelina Maria Franco geram medo na vizinhança


Por Bernardo Marchiori

25/12/2025 às 06h00

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Foto: Leonardo Costa

“Não sei se é pior subir e descer a pé ou de carro”, diz a operadora de caixa Jéssica Helen, de 34 anos, sobre a Rua Jovelina Maria Franco, localizada em terreno acidentado e classificada como R4 (risco geotécnico muito alto). Quase no limite entre a BR-040 e o Bairro Ponte Preta, na Região Norte de Juiz de Fora, ela e outros vizinhos convivem com problemas na via, que pioram ainda mais em épocas de chuva, como a atual. 

A principal dificuldade enfrentada, segundo os moradores, é a elevada quantidade de buracos. A Tribuna foi até o local e encontrou, além da situação relatada, mato alto em volta da rua, que é, em sua maioria, coberta por pedras e terra. A subida ainda é estreita, o que contribui para os riscos de queda de quem transita por lá. 

Os moradores afirmaram que eles próprios buscam soluções para arrumar o acesso e melhorar as  condições de uso. “Já falamos com a Prefeitura, fomos até a Câmara, mas não conseguimos resposta. Em algumas ocasiões, precisamos cortar caminho por uma rua perpendicular, que foi arrumada recentemente. Mas, mesmo assim, ela também é estreita. A rua antes da subida também é só terra.”

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Rua perpendicular serve como desvio para moradores não subirem a rampa. (Foto: Leonardo Costa)

‘Na chuva é ainda pior’

Para subir ou descer a rua, a dificuldade é grande tanto de carro como a pé. “Na chuva é ainda pior, porque você tem que desviar de um buraco e corre risco de cair em outro. Inclusive, eu mesma já caí ali estava grávida. Levei um susto bem grande”, relata Jéssica. Os veículos também sofrem danos nessas situações.

Apesar de os moradores tentarem fugir da necessidade de subir o trecho pela rua perpendicular, nem sempre ela está aberta. Recentemente, informam, um serviço de saneamento básico levou à interdição na rua, o que impediu o trânsito. Seguindo na subida da rua, ainda há um espaço com loteamentos sendo aberto, o que indica a chegada de novas pessoas para lidar com os mesmos problemas.

“Por aqui, eu não desço. Tenho medo. A rua é muito estreita. Já presenciei um carro de gás caindo e derrubando todos os botijões. O vizinho teve que socorrer. Vários carros caem nos buracos. Quando o veículo fica preso, especialmente quando tem barro em dias de chuva, precisamos de ajuda para recuperar. A gente leva um susto tão grande que não consegue nem ter reação para agir. Minha filha saiu do carro para pedir ajuda ao meu irmão e caiu. Poderia ter se machucado”, lembra a moradora.

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Foto: Leonardo Costa

Moradores da rua no Ponte Preta cobram ações do Poder público

De acordo com a comunidade local, ações do Poder público já foram cobradas. Segundo os moradores, a Prefeitura foi ao local cerca de três vezes. Além disso, os residentes fizeram um abaixo-assinado e foram à Câmara para conversar com vereadores, sem avanço no pleito. 

A Tribuna questionou a Prefeitura de Juiz de Fora a respeito de ações planejadas para a rua. A Administração informou que, por estar localizada em área de ocupação com terreno acidentado e classificada como risco geotécnico muito alto, a solução definitiva para a Rua Jovelina Maria Franco depende de “obra de drenagem de grande porte, que está em estudo para garantir que as soluções estruturais sejam, acima de tudo, seguras para a população”.

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