JF é a 2ª em casos de tuberculose em Minas
O surgimento de casos de tuberculose em Juiz de Fora fez as autoridades de saúde do município e do estado ligarem o sinal de alerta. De acordo com dados da Secretária de Estado de Saúde, 226 casos da doença, com quatro mortes, foram registrados em 2015. Os números, conforme a Prefeitura, fizeram Juiz de Fora ser considerada a segunda em Minas Gerais em casos de tuberculose e um dos 181 municípios prioritários do Brasil. Segundo informações da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Minas é tida pelo Ministério da Saúde, como um dos estados prioritários para a doença, uma vez que a taxa mineira de incidência é 17,2 casos a cada 100 mil habitantes. Em números absolutos, significa que cinco mil novos casos da doença são registrados anualmente.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil está entre os países com os piores índices da doença, com aproximadamente 70 mil casos novos e cerca de quatro mil mortes por ano. Por conta disto, hoje, a OMS promove uma mobilização global no combate à tuberculose. Em Juiz de Fora, para controlar o avanço, a Prefeitura designou profissionais que vão atuar como pontos focais nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), fazendo parte das ações do Plano Municipal de Combate à Tuberculose. De acordo a chefe do Departamento de Vigilância Epidêmica e Ambiental, Michele Freitas, os profissionais irão trabalhar na atenção primária, ficando responsáveis pelo planejamento de combate à tuberculose, preenchendo planilhas e verificando a eficácia e a qualidade do tratamento aos pacientes.
Todas estas ações fazem parte do Plano Municipal de Combate à Tuberculose elaborado em 2015 e aprovado pela SES, que deve oferecer um curso de capacitação para os profissionais envolvidos no enfrentamento à doença. O plano foi traçado por uma comissão formada por servidores da Subsecretaria de Vigilância em Saúde, Subsecretaria de Redes Assistenciais e da Subsecretaria de Atenção Primária à Saúde. “O objetivo é diminuir os casos de tuberculose no município, assim como reduzir as ocorrências de abandono de tratamento, que é longo, durando, no mínimo, seis meses. Há muitos casos em que a pessoa começa a melhorar e para o tratamento. Isso faz com que aumente o número de casos”, ressalta Michele Freitas, acrescentando que uma das ações previstas no plano municipal foi o acompanhamento dos doentes e atuação na busca ativa de novos casos.
Ainda conforme a chefe do Departamento de Vigilância Epidêmica e Ambiental, uma das importâncias das medidas é a mobilização em torno da tuberculose. “Muitas pessoas pensam que ela não existe mais, mas na verdade Juiz de Fora ainda apresenta um número considerado de casos, com cerca de 200 registros por ano”, alerta Michele. A SES informou que entre as suas ações realizadas estão a visita de Supervisão ao Programa de Controle da Tuberculose, em outubro de 2015; ações de vigilância epidemiológica, implantação do Teste Rápido Molecular no Laboratório Macrorregional de Juiz de Fora e reuniões técnicas com a equipe da Regional de Saúde e da Secretaria de Saúde do município.
Doença infecciosa e transmissível
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões. Ela pode ser prevenida por meio da vacina BCG, ministrada entre o primeiro e o quarto ano de vida. Apesar disso, são notificados cerca de 68 mil novos casos no Brasil. Influenciada pela determinação social, a tuberculose demonstra relação direta com a pobreza e a exclusão social, sendo que alguns grupos populacionais possuem maior vulnerabilidade devido às condições de saúde e de vida a que estão expostos. São consideradas populações vulneráveis os indígenas, os privados de liberdade, pessoas que vivem com o HIV/AIDS e aqueles em situação de rua.
Todavia, a doença é curável em praticamente 100% das novas ocorrências desde que sejam obedecidos os princípios básicos da terapia medicamentosa (associação medicamentosa adequada, doses corretas e uso por tempo suficiente) e que haja a adequada operacionalização do tratamento. Como o tratamento dura no mínimo seis meses, e logo nas primeiras semanas o paciente se sente melhor, é importante o reforço das orientações do profissional de saúde para que ele realize o tratamento até o final, independente da melhora dos sintomas.
“As pessoas que estão tossindo por volta de duas ou três semanas devem procurar uma unidade de saúde para verificar se tem a tuberculose, porque, embora as pessoas achem que a doença já não existe mais, está presente, e o tratamento é fundamental para que novos casos não aconteçam, uma vez que o paciente pode disseminar a tuberculose para seus contatos mais próximos”, observa a chefe do Departamento de Vigilância Epidêmica e Ambiental, Michele Freitas. O tratamento contra tuberculose é gratuito e é oferecido nas unidades de saúde.