PM apresenta queda na criminalidade violenta em JF e regiĆ£o
Na comparaĆ§Ć£o com o primeiro semestre de 2016, a diminuiĆ§Ć£o foi de 14,94% em Juiz de Fora e 8,45% na regiĆ£o
O comandante da 4ĀŖ RegiĆ£o de PolĆcia Militar, coronel Alexandre Nocelli, apresentou, na manhĆ£ desta quarta-feira (19), um balanƧo sobre o trabalho que vem sendo desenvolvido no combate aos crimes violentos em Juiz de Fora e nos outros 85 municĆpios da Zona da Mata sob responsabilidade da 4ĀŖ RPM, compreendendo uma populaĆ§Ć£o de cerca de dois milhƵes de habitantes. De modo geral, crimes como estupro consumado, estupro de vulnerĆ”vel, homicĆdio consumado e tentado, roubos e sequestro e cĆ”rcere privado, entre outros, diminuĆram 14,94% em Juiz de Fora e 8,45% na regiĆ£o, quando se comparam os nĆŗmeros do primeiro semestre de 2017 com o mesmo perĆodo do ano passado.
Conforme Nocelli, esse recuo de crimes violentos Ć© o primeiro registrado nos Ćŗltimos cinco anos. Como motivaĆ§Ć£o dessa queda, o oficial atribui ao trabalho que vem sendo desempenhado pelas unidades da PM e tambĆ©m ao apoio do Poder JudiciĆ”rio e do MinistĆ©rio PĆŗblico. “A PolĆcia Militar Ć© combativa, nĆ£o vamos permitir que Juiz de Fora fique refĆ©m da marginalidade. Os comandantes tĆŖm feito grande trabalho nas unidades, e vamos continuar nas ruas, atuando com repressĆ£o qualificada e prevenĆ§Ć£o inteligente da violĆŖncia”, ressaltou o comandante, em coletiva Ć imprensa.
Segundo levantamento da corporaĆ§Ć£o, os casos de roubo consumado reduziram 15% em Juiz de Fora e 10% em toda a Zona da Mata. Para Nocelli, o saldo positivo Ć© resultado do trabalho de monitoramento de infratores contumazes feito por todas as companhias da PM. “Ao elencar esses autores, nosso trabalho de prevenĆ§Ć£o tem tido muito resultado, pois temos retirado de circulaĆ§Ć£o esses infratores. AlĆ©m disso, temos aƧƵes preventivas com a colocaĆ§Ć£o de viaturas em locais de maior incidĆŖncia”, afirmou o coronel.
Ćndices negativos
Apesar da diminuiĆ§Ć£o dos casos de modo geral, a PM tem preocupaĆ§Ć£o com algumas modalidades criminosas que apresentaram aumento, como as ocorrĆŖncias de furtos consumados, com 4.167 casos registrados atĆ© 30 de junho; e de furto de veĆculos, com 358. Segundo dados da 4ĀŖ RPM, esses crimes tĆŖm projeĆ§Ć£o de crescimento de 5,53% e 7,27%, respectivamente. “Algumas aƧƵes jĆ” estĆ£o direcionadas, inclusive de inteligĆŖncia. Com a percepĆ§Ć£o da presenƧa de carros clonados na cidade, jĆ” temos uma quadrilha sendo monitorada”, pontuou.
Outro crime que apresentou recrudescimento, acionando o sinal de alerta da corporaĆ§Ć£o, Ć© de estupro consumado de menores de 14 anos de idade. Na regiĆ£o, os nĆŗmeros subiram 16,67%, e em Juiz de Fora, 17,39%. “Essa questĆ£o preocupa muito em razĆ£o da gravidade do crime, porque envolve vĆtimas indefesas. Fazemos um trabalho prĆ³ximo Ć s vĆtimas, mas Ć© uma aĆ§Ć£o que perpassa muito pela conduta das pessoas. Eu costumo dizer que a gente nĆ£o pode transferir a responsabilidade da seguranƧa para as pessoas, mas Ć© preciso olhar por onde se passa, ter atenĆ§Ć£o ao horĆ”rio. A gente tem que adotar algumas medidas no mundo de hoje para tentar minimizar essas possibilidades. Essas modalidades criminosas que estĆ£o com aumento sĆ£o objeto primeiro de nossa anĆ”lise para tentar diminuir”, garantiu Nocelli.
Crimes contra a vida
Nas 86 cidades pertencentes Ć 4ĀŖ RPM, os homicĆdios consumados aumentaram 4,67%. JĆ” em Juiz de Fora, a corporaĆ§Ć£o contabiliza uma queda de 8,20%. Na cidade, conforme a estatĆstica, foram 56 casos no perĆodo analisado, em 2017, contra 61 em 2016. “Ć uma pequena queda, mas Ć© uma diminuiĆ§Ć£o. Ć o crime mais grave, pois retira a vida de uma pessoa. Nos homicĆdios temos que trabalhar com uma sĆ©rie de variĆ”veis para quebrar seu ciclo. O assassinato que acontece dentro de uma casa, que seja passional, pode ter comeƧado com uma lesĆ£o corporal, entĆ£o tentamos agir nesse ciclo”, ponderou o militar.
Outros crimes contra a vĆtima estĆ£o relacionados Ć questĆ£o da disputa de ponto de trĆ”fico de drogas. “HĆ” o trabalho de inteligĆŖncia identificando esses grupos de infratores para tentar prendĆŖ-los antes que aconteƧa o homicĆdio. Hoje, a possibilidade da prisĆ£o Ć© real, e o marginal sabe disso, o que tambĆ©m inibe a vontade de delinquir. Quando a prisĆ£o nĆ£o acontece, hĆ” a identificaĆ§Ć£o do infrator. Muitos reds (registro de eventos de defesa social) tĆŖm ido para a PolĆcia Civil jĆ” com os autores de homicĆdios identificados no prĆ³prio local da ocorrĆŖncia. Isso acontece na ordem de 80% dos crimes de homicĆdio, para a PolĆcia Civil continuar o trabalho e depois efetuar a prisĆ£o preventiva desse infrator”.
A Tribuna de Minas faz um acompanhamento dos casos de mortes violentas registrados em Juiz de Fora e computa nĆ£o sĆ³ os Ć³bitos assinalados nos boletins de ocorrĆŖncia da PM, mas os ocorridos apĆ³s, quando a vĆtima falece no hospital. Conforme os dados do jornal, atĆ© junho deste ano, foram 67 casos, contra 76 no mesmo perĆodo do ano anterior, verificando tambĆ©m um recuo.
Nocelli chamou a atenĆ§Ć£o para a maior frequĆŖncia do uso de armas brancas nos crimes violentos. “Uma questĆ£o que estĆ” fazendo parte da nossa agenda Ć© a apreensĆ£o de arma branca em Juiz de Fora, para evitar esses crimes que tĆŖm ocorrido com mais frequĆŖncia”. De acordo com o coronel, em Juiz de Fora, foram apreendidas 261 armas de fogo em 2016 contra 260 no primeiro semestre deste ano. Na regiĆ£o, foram 604 apreensƵes em 2017 contra 669 no mesmo perĆodo do ano passado. Para o comandante, esta aĆ§Ć£o fez com que os infratores mudassem de estratĆ©gia.
Drogas
O comandante da 4ĀŖ RegiĆ£o de PolĆcia Militar observou que o trĆ”fico fomenta crimes, como o homicĆdio e contra o patrimĆ“nio, posto que muitas vezes Ć© praticado por pessoas que sĆ£o dependentes de entorpecentes. “Ć um ponto de honra retirar traficantes de circulaĆ§Ć£o, pois eles vendem a morte. Temos combatido de forma sistemĆ”tica e muito agressiva o trĆ”fico de drogas e tem surtido efeito”, destacou. Nocelli ainda acrescentou que em MuriaĆ© e ViƧosa, onde hĆ” uma preocupaĆ§Ć£o particular com esse crime, estĆ” sendo feito um trabalho direcionado, com tropas especializadas, com o objetivo de diminuir tambĆ©m os nĆŗmeros em toda a regiĆ£o. “O trabalho de combate Ć criminalidade precisa do envolvimento da PM, da comunidade, de outros Ć³rgĆ£os, para que, juntos, possamos colher os melhores frutos em termos de qualidade de vida para comunidade”, finalizou.