Jovens de classe média são presos por falsificar cartões em Juiz de Fora
Com o dinheiro das fraudes, jovens compraram aparelhos eletrônicos, roupas e um jet ski
Cinco jovens de classe média foram presos, na manhã desta terça-feira (18), por comandarem uma associação criminosa em Juiz de Fora. Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), o grupo falsificava cartões de crédito e realizava sequestros virtuais de chips de celular, prática conhecida como SIM SWAP. A ação deflagrada fez parte da Operação Estorno e contou com o apoio das polícias civis do Paraná e do Rio de Janeiro.
De acordo com o delegado Márcio Rocha, o grupo era formado por jovens entre 20 e 25 anos, alguns moradores das regiões central e Sul de Juiz de Fora, que atuavam clonando cartões e sequestrando chips de celulares. Os cartões clonados eram usados tanto para compras diretas, quanto para pagamentos falsos em máquinas de cartão, pelos quais, posteriormente, sacavam o dinheiro físico resultante das transações. O esquema operava usando várias máquinas, algumas sob domínio de comerciantes da cidade, envolvimento ainda em investigação pela corporação. “Uma das fraudes também era a modalidade SIM-SWAP, na qual sequestravam o chip e a pessoa ficava sem comunicação com o telefone. Enquanto isso, pegavam os dados bancários e faziam compras. Eles aplicaram esse golpe em diversas vítimas”, explica o delegado.
O dinheiro adquirido foi usado pelos jovens para comprar aparelhos eletrônicos, computadores, roupas, acessórios, perfumes, bebidas alcoólicas, armas, munições e um jet ski. “Isso é vida fácil, né? Essa geração de hoje em dia quer se enriquecer sem trabalhar, emagrecer sem ir para a academia e comer sem engordar. É a geração do clique”, reflete o delegado Rocha ao ser questionado sobre a motivação dos crimes.
As investigações partiram da Polícia Civil do Paraná quando uma vítima, moradora do estado, realizou a denúncia. O Núcleo de Inteligência da corporação demandou a colaboração das polícias civis de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, após a identificação da atuação do grupo em Juiz de Fora e da realização de compras no município do Rio. As investigações foram, então, conduzidas ao Núcleo de Inteligência da Polícia Civil de Juiz de Fora. “A grande parte desse braço criminoso era daqui. Mas existem outros braços no Rio de Janeiro. Na verdade, a medida em que começamos a mexer nisso, vimos que o buraco era bem mais profundo”, afirmou o delegado Bruno Wink.
Para a operação, a Polícia Civil havia expedido dez mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão. Durante a deflagração, os agentes prenderam mais três pessoas em flagrante envolvidas com a associação. Segundo os delegados, a corporação segue investigando a atuação do grupo, que pode envolver ainda mais criminosos.












