Associação dos Renais Crônicos de Juiz de Fora retoma atividades
Entidade busca facilitar o acesso de pacientes a serviços de assistência social e melhoria da qualidade de vida
Após sete anos de atividades suspensas, a Associação dos Renais Crônicos de Juiz de Fora foi reinaugurada nesta semana. A entidade, que deu início ao trabalhos sem fins lucrativos em 2004, precisou interrompê-los em 2016, devido ao falecimento da antiga diretora. Após recente assembleia geral e eleição, entretanto, José Geraldo da Costa foi eleito o novo presidente da organização e reativou os serviços prestados. A instituição atende tanto os habitantes de Juiz de Fora como os pacientes que vêm de outras cidades da região para tratamento renal na cidade. O intuito é facilitar o acesso a serviços de assistência social e melhoria da qualidade de vida dos pacientes.
Para isso, em entrevista à Tribuna, José Geraldo da Costa contou que realizou um mapeamento para identificar o número de pacientes renais que realizam tratamento em Juiz de Fora. De acordo com ele, por enquanto, a organização identificou 748 pacientes – incluindo pacientes em hemodiálise, transplantados e que fazem peritoneal – sem assistência de uma associação renal. O intuito é mapear a quantidade de pessoas que lidam com condições renais e fazem tratamento. Com isso, dar início às atividade.
“Fiz esse levantamento perguntando aos assistentes sociais, e para os três centros de diálise em Juiz de Fora: o Hospital Universitário da UFJF, no Dom Bosco; a DaVita do Santa Terezinha e a DaVita embaixo do HPS”, explica. Ainda no mês de setembro, uma reunião para iniciar os serviços vai ser realizada com os centros de diálise. Os mais próximos, além dos de Juiz de Fora, são de Ubá e Barbacena.
José Geraldo também é paciente renal, mais um motivo que o levou a retomar as atividades voltadas para apoios a pacientes renais crônicos. “Tenho propriedade para falar sobre vários problemas que passamos a ter depois do término da associação. Além disso, (sei que) o paciente precisa de uma condução após sair da hemodiálise. Podem, ainda, precisar principalmente de apoio jurídico em assuntos como INSS, por exemplo, assistência social em geral e cesta básica”, ressalta.
Parceria
Visando melhores condições para prestar seus serviços, a Associação dos Renais Crônicos firma parcerias. No momento, a principal é com a Associação Centro de Tecnologia Social (ACTS), uma incubadora de projetos sociais e associações, para apoio jurídico e administrativo a instituições. Coordenador e diretor do núcleo jurídico-social da companhia, Ramon Dias, explica que o trabalho busca ajudar o público-alvo juridicamente, tecnicamente e psicologicamente e com cursos profissionalizantes. “Vimos que tinham muitos pacientes com problemas renais necessitados de auxílio. Uma pequena infecção nos rins não tratada já prejudica muito o futuro. O nicho é muito grande, por isso nos interessamos nessa parceria com o instituto para recriá-lo.”
Um trabalho destacado por Ramon é a assessoria profissional realizada pela sua companhia. “Hoje, o transplantado não é impedido de trabalhar, mas muitas vezes não pode executar a função que tinha anteriormente devido à cirurgia. Isso torna a pessoa praticamente um “vácuo profissional”. Por isso, tivemos a ideia de proporcionar cursos profissionalizantes e requalificação profissional”, conta.
A ideia do núcleo jurídico-social é promover parcerias com outras entidades que acolhem. “Vemos que muitos dialisantes viajam de manhã para Juiz de Fora e ficam o dia inteiro na rua, até o ônibus voltar para a cidade deles. Esse é o nosso foco. Estamos aqui para auxiliar essas pessoas.”
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Como ser ajudado
Como explicam os diretores, os interessados passam por uma análise socioeconômica. Se a pessoa for cadastrada no CadÚnico, o serviço é facilitado. “As pessoas que se enquadram no nicho podem nos procurar, se cadastrar e associar. É a oportunidade de serem ouvidas e ajudadas. A nossa ideia é que a instituição cresça e, claro, amenize a situação das pessoas atendidas com o problema. Não apenas no tratamento em si, mas no pré e pós também.” Segundo Ramon, em Juiz de Fora, muitas casas têm a possibilidade de acolher os pacientes ao longo do dia. “Estamos criando um núcleo para promover essas melhorias, principalmente na condição de vida.”
Para funcionar, a associação é mantida através de doações e por meio da parceria com outras instituições. Alguns serviços têm uma taxa simbólica. Os diretores contam também que buscarão promover eventos e parcerias com empresas privadas. Ao mesmo tempo, destacam a importância de divulgar os benefícios dos pacientes renais, especialmente com o SUS – como refeição e transporte. A sala da Associação dos Renais Crônicos será aberta na Rua Batista de Oliveira 189, sala 224. No momento, ela se encontra em reforma.