Presos suspeitos de matar duas mulheres com tiros na cabeça no Santa Rita

O motivo seria vingança contra a família de uma das vítimas, que seria irmã de um homem envolvido em uma tentativa de homicídio


Por Marcos Araújo

17/08/2018 às 16h34

Vingança foi a motivação do duplo assassinato contra duas mulheres, no Bairro Santa Rita, na Zona Leste, em julho deste ano. Dois jovens, ambos de 19 anos, já estão presos Ceresp, depois de terem sido localizados pela Polícia Civil. Tainara da Silva Matias Roza, de 21 anos, e Jaqueline Gomes Casteliani, 27, foram vítimas de uma emboscada, quando foram mortas com tiros na cabeça. De acordo com o delegado Rodrigo Rolli, da Especializada em Homicídios, foram obtidos, junto ao Poder Judiciário, mandados de busca e apreensão e de prisão, com o objetivo de capturar os jovens.

Na manhã desta quinta-feira (16), uma operação foi desencadeada pela Polícia Civil a fim de prender os suspeitos. Apenas um deles foi localizado e capturado. O segundo, conforme o delegado, estava fora da cidade desde o último sábado. Mas, por meio de contato com o advogado dele, a polícia conseguiu que o jovem se apresentasse na delegacia, em Santa Terezinha, no final da tarde da quinta-feira. O que já havia sido preso prestou depoimento e negou a participação no crime. O suspeito que se apresentou deverá ser ouvido pelo delegado na próxima segunda-feira.

“Ambos são moradores do Bairro Santa Rita e, um deles, é sobrinho da dona de uma boca (de fumo) naquela região. A motivação do crime é em decorrência de vingança de crimes passados. A princípio, a primeira linha de investigação trabalhou com a questão de Tainara ser testemunha do homicídio do ex-companheiro dela no passado. Mas a apuração apontou para outra questão: o irmão de Tainara está preso por ter atentado contra a vida da filha dessa dona de boca no Santa Rita, numa tentativa de homicídio que já apuramos. Essa moça foi vítima quando ela saía de um ônibus. Então foi uma vingança contra a família de Tainara”, ressaltou Rolli, acrescentando que Jaqueline foi morte por apenas estar com Tainara no escadão.

Os suspeitos irão responder pelo crime de duplo homicídio qualificado por motivo torpe, devido ao tráfico de drogas e à vingança mediante emboscada, e por dificultar a defesa das vítimas. Ainda segundo o delegado, a investigação teve início logo após o crime, no dia 23 de julho, e, no decorrer da apuração, os policiais conseguiram provas testemunhais, por meio de pessoas que viram o assassinato e prestaram testemunho velado, apontando a identificação dos suspeitos. Os investigadores também realizaram o trabalho de campo e, no último dia 9, a Justiça decretou mandados de busca e apreensão para dois locais diferentes e mandados de prisão para os dois jovens. De acordo com Rodrigo Rolli, os mandados de busca e apreensão tinham o objetivo de localizar as armas usadas no homicídio, porém elas não foram encontradas.

Corpos foram encontrados em escadão

Os corpos de Tainara e Jaqueline foram encontrados em um escadão, numa região conhecida pelo funcionamento de uma boca de fumo na Rua José Norberto Marques. Na época, a mãe de Tainara informou à Polícia Militar que a filha havia ficado vários dias fora de casa, retornando no dia do crime. A mulher ainda acrescentou aos policiais que a filha, nos últimos dias, estava ficando na residência de um homem, no Bairro Progresso, e que havia engravidado, mas tinha perdido o bebê recentemente.

Procurado pelos militares, o homem citado pela mãe de Tainara confirmou que a jovem estava morando na casa dele e que, no dia de sua morte, teria se encontrado com ela mais cedo. Segundo ele, Tainara chegou a dizer que estava sendo ameaçada por três homens que teriam envolvimento na morte do ex-companheiro dela, ocorrida em 2016, informação que serviu com uma das linhas de investigação do assassinato.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.