Ambulatório do Hospital Universitário oferece tratamento com toxina botulínica para pacientes neurológicos

Atendimento envolve casos que vão desde acidente vascular cerebral (AVC) e traumatismo craniano até paralisia cerebral e doenças ligadas à medula.


Por Tribuna

17/02/2025 às 17h21- Atualizada 17/02/2025 às 17h28

O Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF) oferece serviços do Ambulatório de Toxina Botulínica para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Por mês, em média, 30 pacientes são atendidos durante todas as quartas-feiras de manhã. O atendimento envolve casos que vão desde acidente vascular cerebral (AVC) e traumatismo craniano até paralisia cerebral e doenças ligadas à medula.

O ambulatório tem como foco a reabilitação de pacientes com quadros de espasticidade, uma condição neurológica que deixa os membros rígidos, endurecidos, limitando o movimento. O quadro também pode causar dano articular, espasmos involuntários e dor. Pacientes que sofrem AVC, seja isquêmico ou hemorrágico, traumatismo craniano ou outras lesões cerebrais e pacientes com lesões ou doenças medulares, esclerose múltipla, paralisia cerebral ou doenças neurodegenerativas podem apresentar quadro de espasticidade, que, muitas vezes, dificulta atividades como caminhar ou segurar objetos.

Segundo um levantamento realizado pelo Programa Público de Tratamento do AVC de Joinville, o gasto de uma pessoa para tratar as sequelas de um AVC é, em média, de R$ 134 mil por ano e, em até seis meses após o episódio, em torno de 40% dos pacientes podem desenvolver espasticidade, o que pode até quadruplicar o custo dos cuidados no primeiro ano. Embora seja um medicamento com alto custo, a toxina é disponibilizada gratuitamente pelo SUS.

Como funciona a toxina botulínica

A toxina botulínica, apesar de mais associada aos procedimentos estéticos – como o botox -, é utilizada em tratamentos médicos desde a década de 1980. Produzida pela mesma bactéria que causa o botulismo, quando administrada corretamente, a substância enfraquece a ligação entre nervos e músculos, o que diminui as contrações excessivas e pode aliviar dores e facilitar a mobilidade dos pacientes.

De acordo com o médico neurologista responsável pelo ambulatório, Daniel Sabino de Oliveira, a toxina botulínica além de diminuir os espasmos, também relaxa o músculo espástico, o que facilita os exercícios e alongamentos na fisioterapia, melhora o caminhar, a postura dos membros e facilita a adaptação dos membros em dispositivos ortopédicos.

Trabalho multidisciplinar

Junto com a neurologia, os pacientes do Ambulatório de Toxina Botulínica também são acompanhados por uma equipe multiprofissional que inclui profissionais de fisioterapia e terapia ocupacional, a fim de prolongar a ação da toxina aplicada e garantir a eficácia do tratamento. Alunos da Faculdade de Fisioterapia da UFJF também atuam no projeto.

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