O que fazer após desempenho fraco nos módulos I e II


Por KELLY DINIZ

15/01/2016 às 07h00

Nenhum aluno gosta de tirar notas baixas, principalmente em um processo seletivo que pode definir os rumos profissionais desse estudante. No Pism da UFJF, muitos candidatos ficam desmotivados quando suas notas nos módulos I e II não são as esperadas e, na hora de definir o curso no módulo III, desistem das carreiras que sonhavam, optando por outras graduações na qual consigam garantir uma vaga. O professor de português do Colégio Equipe, Wilton de Paiva, acredita que essa não é uma boa decisão. “Não vale a pena mudar a opção de curso para um com o ponto de corte menor. No caso do Pism, mesmo os candidatos que não tiveram boas notas nos módulos I e II, vale a pena arriscar e tentar o curso que deseja, já que o módulo III tem um peso muito maior. Se não conseguir, tem o Sisu. E se não conseguir pelo Sisu, o aluno pode tentar de novo no ano que vem.” A psicóloga Glaucia Titonelli Rosa concorda com o professor e acrescenta que, “caso o curso menos concorrido também seja uma opção de interesse, o aluno pode optar por trocar de curso. Porém, caso a opção da troca seja apenas para garantir uma vaga na faculdade, essa troca não deve ser feita para evitar insatisfações e frustrações futuras.”

O professor acredita que os estudantes são muito pressionados nesta etapa da vida. “Parece que virou regra que tem que sair do ensino médio e entrar diretamente na universidade. Eu não sei se isso é uma cobrança dos pais ou do próprio aluno. Mas não tem essa necessidade. Até porque os alunos estão entrando muito cedo na universidade e não têm nem mesmo opinião formada sobre o curso escolhido.” Já em relação aos que foram bem no Pism I e II, Wilton afirma que eles não têm com o que se preocupar. “Dificilmente esse aluno terá uma queda no Pism III.” Para controlar a ansiedade e manter a confiança, Glaucia orienta o aluno a manter o ritmo de estudo. “Assim, ele sentirá mais segurança para fazer a prova.”

Com um bom desempenho nas edições anteriores, a aluna do Colégio Granbery, Gabriela Evangelista, 17 anos, está confiante, mas nervosa. “No Pism I e II, a gente não tem tanta pressão como agora. A gente não tem noção do que é ter na mão tanta oportunidade. No Pism III, a gente fica com medo de desperdiçar essa oportunidade porque só podemos fazer o Pism uma vez. Já o Enem, posso fazer de novo.”

Na dúvida sobre o curso, Gabriela vai tentar o bacharelado interdisciplinar em exatas. “Escolhi ciências exatas porque depois posso definir entre algumas engenharias e outros cursos. É interessante poder conhecer as disciplinas, ter contato com os professores, antes de escolher a profissão.” A mãe dela, Celma Evangelista, conta que a filha tomou a decisão sozinha. “Nós apoiamos. Ela teve um momento de insegurança em relação ao curso, o que é normal. Mas a gente conversou com ela, foi ouvindo o que tinha para dizer, e ela mesma foi tirando suas próprias conclusões.”

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