Moradores do Serra D’Água questionam oferta de linhas de ônibus para o bairro
Atualmente bairro é atendido por duas linhas de ônibus, 516, a cada 45 minutos, e 514, de duas em duas horas
A oferta de ônibus para os moradores do Bairro Serra D’Água, na Cidade Alta, fica a cargo de duas linhas, 516 (São Pedro/ Via Borboleta), que passa a cada 45 minutos e 514 (Cascatinha/ Borboleta), circulando a cada duas horas. No início do ano, a Secretaria de Mobilidade Urbana (SMU) chegou a anunciar que um novo itinerário atenderia a região, o ônibus 513 intitulado Borboleta/ Via Serra D’Água. No entanto, após poucos dias de circulação, os moradores perceberam que o coletivo não percorria o bairro em sua totalidade e questionaram a Prefeitura (PJF). O Executivo então retirou o nome Serra D’Água do letreiro para evitar a confusão.
“Ficamos animados com a notícia de um novo ônibus, mas logo nos primeiros dias deu para perceber que ele não iria atender todo o bairro. Ele (o ônibus 513) passava em outras ruas lá embaixo, mas não vinha aqui em cima”, conta Nadir Lucas, moradora do condomínio Neo Residencial, que fica no Bairro Serra D’Água. Com “aqui em cima” ela se refere à portaria do condomínio, um dos maiores da região e que abriga mais de 1.200 casas. Lá, de acordo com ela, muitas pessoas dependem do transporte público todos os dias, visto que o loteamento fica em uma localidade mais alta do bairro, relativamente longe de outras vias.
“Moro aqui há dez anos e, desde o começo, ouço falar que o Serra D’Água vai ter um ônibus. Os ônibus daqui são ‘emprestados’, sem contar que eles sempre quebram”, afirma Nadir. Ela conta que frequentemente passa por atrasos devido a coletivos quebrados. “O 516 atende muitos lugares, em horário de pico vem lotado. No sábado, eu cheguei no ponto 17h para pegar o 17h30, fiquei aqui até depois das 18h porque o ônibus quebrou. Eles repuseram o coletivo, mas não passou aqui em cima.” Quanto à linha 513, Nadir afirma que o ideal seria que a Prefeitura mudasse o itinerário do coletivo para que ele pudesse ser mais uma alternativa de transporte para os moradores do Neo e da região.
A vendedora Raisa Ribeiro mora há poucos meses no Neo Residencial, mas afirma que já se habituou às dificuldades do transporte público na região. “Eu dependo de ônibus para tudo, levar a minha filha na escola, no médico. O condomínio aqui mais parece um bairro, de tantas casas. Tem muita gente que precisa pegar ônibus, porque é longe de tudo, não tem muito como resolver as coisas a pé.” Sua principal reclamação é quanto aos coletivos lotados em horário de pico, principalmente pela manhã e no fim da tarde. “Eles falam que são três carros do 516 para atender o condomínio, mas tem dias que eles “pulam” os horários. A gente vem para o ponto contando com um horário específico e, quando vê, o ônibus não passa.”
O mesmo é percebido pelo aposentado Aloísio Martins, que pega o ônibus sempre que precisa resolver alguma coisa no Centro da cidade. “Eu até tenho carro, mas, como não pago passagem, quando preciso ir sozinho no Centro, ou no bairro mesmo, procuro ir de ônibus.” Conforme conta, ele prefere os horários da tarde, pois perto do fim do expediente o ônibus fica lotado. “Ele dá uma volta enorme até chegar aqui em cima, é muita rua para atender. A gente gasta um bom tempo em uma viagem que é curta se for feita de carro. Dava para encurtar esse trajeto se tivesse uma linha só para aqui.”
O que diz a Prefeitura
Questionada, a Via JF, consórcio responsável pelo transporte urbano em Juiz de Fora, afirmou que a definição de linhas e itinerários fica a cargo da Prefeitura de Juiz de Fora e que a companhia apenas cumpre o que é estabelecido pela Administração pública.
Em nota, a SMU afirmou que realiza o monitoramento permanente da demanda de passageiros e da oferta de veículos em toda a cidade, atuando prontamente nas necessidades de cada bairro e região. “Sobre o atendimento ao Bairro Serra d’água com as linhas 514 e 516, informamos que a linha 516 atualmente é atendida com três carros fixos, um número maior do que no período anterior à pandemia. Já a linha 514 sempre foi atendida com um carro fixo.”