Infestação de escorpiões preocupa moradores de condomínio

Sem solução da Prefeitura, conjunto adotou método “caseiro” para tentar diminuir proliferação de animal peçonhento, por meio da compra de galinhas d’angola


Por Tribuna

10/05/2019 às 20h30

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Segundo os moradores, cerca de 30 escorpiões são encontrados por dia no condomínio (Foto: Ana Paula Guimarães)

A realização do sonho da casa própria se tornou um tormento para moradores do condomínio Green Tower Granbery, no bairro Poço Rico, zona Sudeste. A razão é a alta incidência de escorpiões no local e no entorno. Desde a inauguração dos dois blocos do condomínio, no fim do ano passado, o aparecimento do animal peçonhento é registrado diariamente nos 160 apartamentos que compõe o Green Tower, causando preocupações aos residentes do conjunto de moradias e os obrigando a buscar métodos para conter a proliferação. Uma das alternativas foi a aquisição de galinhas d’angola, consideradas predadoras naturais dos escorpiões.

O cotidiano no condomínio foi totalmente afetado pela presença dos animais. Moradores afirmam que, por dia, cerca de 30 escorpiões aparecem nos dois blocos. Os residentes culpam a falta de manutenção do Cemitério Municipal como causa da infestação e fizeram requerimentos junto aos órgãos municipais para tentar conter a proliferação. Nos contatos com a Secretaria de Saúde de Juiz de Fora, no entanto, não foram apresentadas soluções efetivas para o caso, conforme os relatos.

A gerente comercial Ana Paula Guimarães é uma das proprietárias de um apartamento no condomínio. Mas, após mobiliar sua unidade em dezembro do ano passado, ela não se mudou por medo dos animais peçonhentos. Segundo Ana Paula, alguns moradores não conseguem dormir com receio de serem picados, e a infestação de escorpiões está acontecendo em uma dimensão maior do que em outras regiões do bairro. “Antes de comprar o apartamento eu sabia que era uma área propícia para o aparecimento de escorpiões. Mas, da forma que estamos vivenciando, nunca aconteceu. Ao conversar com moradores da região nós escutamos vários relatos de aparecimento dos animais, mas nunca na quantidade e na forma que está acontecendo conosco”, ressalta.

Ao todo, oito empresas de dedetização já realizaram trabalhos no condomínio, todos sem sucesso, mas semanalmente são feitas reaplicações de dedetizantes. A iniciativa “caseira” encontrada pelos residentes foi espalhar galinhas d’angola pelo local, predadores naturais de escorpiões. No entanto, a estrutura asfaltada do condomínio atrapalha a locomoção das predadoras. Alguns residentes afirmam que seria mais efetiva a utilização das galinhas no terreno do próprio Cemitério, mas a sugestão foi negada pelo Departamento de Zoonoses em contato com os proprietários.

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Condomínio faz divisa com terreno do Cemitério Municipal. (Foto: Ana Paula Guimarães)

Para o presidente da associação de moradores do bairro, Alexandre Silva, o que está ocorrendo é uma “tragédia anunciada”, em decorrência da construção em local indevido. Segundo ele, mesmo antes da construção do conjunto, os proprietários haviam sido notificados sobre a alta incidência dos animais no local. “Moro há 41 anos no bairro e o problema dos escorpiões sempre existiu. Antes de construir o condomínio, vários moradores do bairro já chamavam as torres de ‘escorpião um’ e ‘escorpião dois’. Então, pode fazer quantas dedetizações quiserem que os animais vão reaparecer”, ressalta.

Reunião com a PJF

Por meio da assessoria de comunicação, o setor de Zoonoses da Secretaria de Saúde informou que já se reuniu com o subsíndico do condomínio e repassou informações de como proceder. Ainda segundo a assessoria, o setor fez aplicações de inseticidas em todas as bocas de lobo próximas ao Green Tower, não havendo aplicação dentro do condomínio por se tratar de uma área privada de responsabilidade de sua construtora. O setor de Zoonoses informou ainda que vai se reunir com os moradores do condomínio no próximo dia 20, com o intuito de repassar novas orientações.

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