Obra em sala da observação masculina do HPS incomoda pacientes

Vídeo denuncia serviço em meio aos internados
A realização de uma obra no mesmo ambiente onde estavam 13 pacientes do Hospital de Pronto Socorro (HPS) foi filmada na ala de observação masculina da unidade por um paciente de 24 anos. A esposa do rapaz internado foi visitá-lo na manhã da última terça-feira e descreveu a situação como absurda. "Havia pedreiros no quarto rebocando a parede." A mulher contou que o marido e os outros pacientes reclamavam do barulho. "Ele me falou que os pedreiros chegavam às 6h e começavam a obra, acordando todo mundo." De acordo com a subsecretária de Urgência e Emergência, Adriana Fagundes Cláudio, os azulejos da parede da ala estavam soltos e quebrados, o reboco havia caído e a parede estava mofada. "Vimos que era melhor trocar o azulejo e o reboco do que deixar os pacientes expostos ao mofo. Alguém poderia se cortar nos azulejos quebrados que estavam próximos à entrada do banheiro", explica Adriana.
Ainda segundo ela, a obra de caráter emergencial foi autorizada pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e aconteceu somente no período da manhã da última terça-feira. Os pacientes da observação masculina aguardavam por atendimento ortopédico. O vídeo mostra a movimentação de pedreiros, enfermeiras e médicos no mesmo ambiente, barulho de marteladas, parede sendo rebocada e argamassa no quarto.
O paciente que fez a denúncia quebrou o tornozelo em dois lugares e estava em observação no HPS desde o último domingo, aguardando transferência para o Hospital Maternidade Therezinha de Jesus, no qual realizaria uma cirurgia. Segundo sua esposa, uma enfermeira o viu realizando as filmagens. "Quando ele falou para a enfermeira que iria divulgar o vídeo, foi transferido no dia seguinte." O rapaz foi transferido na manhã de ontem.
A Secretaria de Saúde informou em nota que "tais ações estão sendo realizadas em atendimento às exigências da Vigilância Sanitária Municipal, uma vez que a estrutura do hospital encontrava-se deteriorada e necessitando de reparos e que o hospital não dispõe de condições para interditar leitos durante o processo". A secretaria também ressaltou que equipes estão trabalhando em abordagens aos pacientes e pedindo que eles informem caso possuam alguma alergia.
O diretor da Superintendência Regional de Saúde de Juiz de Fora, José Eduardo Amorim, informou que, como a obra não interfere na estrutura do prédio, não é necessária a autorização da Vigilância Sanitária Estadual.