Uso de máscaras deixa de ser obrigatório em ambiente aberto em JF
Com 85% da população vacinada, cidade entra na etapa 3 do programa Juiz de Fora Viva
Em Juiz de Fora o uso de máscara em locais abertos não é mais obrigatório. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (7). Com 85% da população vacinada com duas doses, a cidade avança para etapa 3 do programa Juiz de Fora Viva, informou a Prefeitura.
Além da liberação do uso de máscaras exclusivamente ao ar livre, a nova fase do programa também permite que o horário de funcionamento de bares e restaurante retorne ao que era antes da pandemia, seguindo a Lei Orgânica do município. Eventos sociais, esportivos e feiras poderão ser realizados com ocupação de 80% do espaço, com a exigência do comprovante vacinal completo. Anteriormente, na etapa 2, os eventos estavam restritos à ocupação de 70% da capacidade do espaço.
Espaços culturais, como museus, galerias, cinemas, teatros e bibliotecas, poderão funcionar com 100% da capacidade, condicionados à apresentação do comprovante de esquema vacinal em dia para locais com controle de acesso. O distanciamento de um metro ainda permanece em todos os ambientes, assim como os protocolos gerais de segurança sanitária. O detalhamento de todos os pontos está disponível no site da PJF (https://covid19.pjf.mg.gov.br/jf-viva.php).
Em vídeo publicado em suas redes sociais, a prefeita Margarida Salomão comemorou a notícia, considerada um avanço no enfrentamento da pandemia. “Quem quiser andar de máscara, o faça por sua decisão pessoal. Nos ambientes abertos, nós chegamos a um ponto em que não é mais obrigatória a máscara no rosto protegendo as pessoas da contaminação pelo coronavírus. Isso se deve ao fato da população de Juiz de Fora ter aderido de forma espetacular à vacinação. […] Graças a esse entendimento, nós hoje podemos chegar mais perto da normalidade. Parabéns a todas as pessoas que compreenderam que a vida é o valor mais alto, é aquilo que devemos defender em primeiro lugar.”
Flexibilização é natural
Para o médico infectologista Marcos Moura, a decisão da Prefeitura em flexibilizar o uso de máscaras em ambientes abertos é natural, visto que é baseada no avanço vacinal da população e na redução na ocupação de leitos com pacientes graves contaminados com a Covid-19. De acordo com ele, em Juiz de Fora, apesar do recente aumento de casos, o cenário epidemiológico se mostra favorável para tal avanço.
“O que vemos atualmente são diversas pessoas fazendo o uso de máscara de maneira inadequada. Nas ruas e nas praças, muitas pessoas já não estão usando máscara. Usar um equipamento de proteção só é válido se ele é feito da maneira correta.” Marcos ainda ressalta que a máscara não é a única maneira de prevenir o avanço da Covid-19, “é apenas uma delas”.
Para o infectologista, fica muito difícil manter a exigência do uso de máscaras em locais abertos quando já existe a flexibilização para realização de eventos fechados e aglomerações em bares e restaurantes. “O uso de máscara fica muito subjetivo quando a pessoa é obrigada a usá-la em uma situação isolada em ambiente aberto e percebe que isso não acontece em shows, bares e restaurantes. É difícil a população, com dois anos de pandemia, manter essa restrição de forma eficiente.”
No entanto, em locais como transporte público, escolas e espaços que promovam aglomerações, Marcos Novaes afirma que é prudente manter a exigência do uso de máscaras. “Nas escolas principalmente, enquanto a imunização completa das crianças ainda está em andamento”
Cenário epidemiológico precisa ser avaliado
Para o também médico infectologista Mário Novaes, a determinação para o fim da obrigatoriedade da máscara deve ser “local e temporal”. De acordo com ele, se os indicadores epidemiológicos estiverem favoráveis, o Município pode optar pelo não uso do equipamento de proteção em áreas abertas. “Aí, depois de um tempo, se a avaliação de que o número de infectados e mortes está subindo, volta-se a usar máscaras. A gente tem que ter essa flexibilidade em mente, porque acho que a situação da Covid ainda vai se arrastar por um tempo. Você tem que ter os indicadores epidemiológicos locais. Em algum momento, a situação do Covid vai ser endêmica, vamos ter situações bem determinadas, mas não vejo esse momento ainda.”
No Rio, medida é válida em todos os ambientes
Também nesta segunda-feira, a cidade do Rio de Janeiro flexibilizou o uso de máscaras. Porém, na capital fluminense, a não obrigatoriedade vale para qualquer lugar, seja ambiente fechado ou aberto. O prefeito da cidade, Eduardo Paes (PSD), explicou que cumpriu a determinação do comitê científico, que se reuniu nesta manhã e, diante do melhor cenário epidemiológico da pandemia, decidiu pela medida.
Ainda de acordo com ele, a exigência do passaporte vacinal continua mantida pelo menos até o fim de março, ou quando a cidade chegar a 70% da população adulta com a dose de reforço. Atualmente, o indicador está em 54%.
SES-MG fará avaliação abrangente
Em Belo Horizonte, a não obrigatoriedade do uso de máscaras em locais abertos já é válida desde a última semana. De acordo com a Prefeitura da capital, a medida ocorre devido à redução de internações por Covid-19, além do percentual de 83% da população completamente vacinada.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) afirmou que fará uma avaliação do cenário para tomar uma decisão sobre a possível flexibilização do uso de máscaras, especialmente em locais abertos, para depois decidir sobre espaços fechados. “Como Minas Gerais é um estado heterogêneo, onde regiões ainda apresentam uma maior circulação do vírus, a SES-MG deve avaliar a situação como um todo”, afirma a nota.
Tópicos: coronavírus / vacina