Castração gratuita de animais é retomada em Juiz de Fora com novas clínicas credenciadas
Após suspensão, serviço volta a ser oferecido em diferentes regiões da cidade e na Zona Rural, mas demanda segue superior à capacidade de atendimento
A Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) retomou o serviço gratuito de castração de animais em diferentes regiões da cidade, além do atendimento já realizado no Canil Municipal. Procurada pela Tribuna, a PJF informou, por nota, que cinco clínicas estão credenciadas para realizar os procedimentos: Apaixonados por 4 Patas, Vida Animal, Centro Veterinário Santa Cruz, D’Vets e o próprio canil.
A ampliação, segundo o Município, permitiu que os atendimentos alcançassem também a Zona Rural. O cadastro pode ser feito por qualquer morador de Juiz de Fora, desde que o animal tenha até 7 anos e pese no máximo 30 quilos. É necessário apresentar RG e CPF no preenchimento do formulário disponível na aba “Protocolos” do site Prefeitura Ágil.
Conforme a Secretaria de Bem-Estar Animal, há 5.300 animais inscritos para o serviço de castração em Juiz de Fora. De acordo com a PJF, entre janeiro e maio foram realizadas 454 castrações. Após a ampliação do serviço, o número chegou a 746 até o dia 3 de julho, quase 300 procedimentos apenas em junho, mês da retomada.
A expectativa é que os atendimentos se tornem cada vez mais regionalizados. A Prefeitura também informou que está ajustando a infraestrutura para retomar o funcionamento do castramóvel. O critério de agendamento segue a ordem de cadastramento. Não informada data para retomada do serviço móvel.
Demanda ainda é maior que a oferta
Apesar do aumento nos atendimentos, o serviço ainda não consegue atender toda a demanda da cidade, especialmente os casos de animais abandonados acolhidos por organizações de proteção. A presidente da Associação Amor Não Tem Raça JF, Mirian Neder, explica que a castração já foi mais frequente em anos anteriores. “De 2016 a 2020, foram castrados quase 30 mil animais pela PJF. Em 2021 e 2022, me parece que o serviço ficou parado. Retornou no fim de 2022, em parceria com a Cimpar, mas de forma tímida. Em 2024, parou novamente”, relembra.
Segundo ela, o acesso à castração gratuita é difícil. “Pagamos cerca de 30 castrações por mês com recursos de doações e promoções que fazemos. Agora, em junho, recebemos pela primeira vez uma emenda parlamentar, o que tem nos ajudado a castrar animais da associação e de famílias em vulnerabilidade social.” Para Mirian, o trabalho das ONGs e protetores contribui diretamente com o Poder Público. “Tiramos muitos animais das ruas e do sofrimento. Se tivéssemos acesso regular à castração gratuita, com certeza poderíamos ajudar ainda mais.”
