Polícia Civil monta força-tarefa para investigar roubo a empresa
Atualizada às 10h05
A Polícia Civil de Juiz de Fora vai montar uma força-tarefa para investigar o roubo à empresa Brink’s, ocorrido na última sexta-feira (2). A informação foi confirmada pela assessoria do 4º Departamento de Polícia Civil nesta segunda-feira. Inicialmente, a delegada Sheila Oliveira e o delegado Armando Avólio Neto estarão à frente das investigações. Ainda segundo a Polícia Civil, as vítimas do crime já foram ouvidas.
No sábado, a Polícia Militar apreendeu no Bairro Novo Horizonte, Cidade Alta, materiais que possivelmente foram utilizados no roubo. De acordo com informações da PM, os militares foram abordados por uma pessoa em situação de rua que relatou que havia materiais suspeitos em uma caçamba de lixo na Rua Novo Horizonte. Os policiais foram até o ponto e encontraram quatro caixas vazias de munição de calibre ponto 223, que são usadas em fuzis, além duas caixas para armazenamento de munição e uma cartela de plástico onde são armazenadas munições. Também foram recolhidos no lixo dois pares de luvas de pano, uma touca ninja, uma máscara de proteção de via aéreas e uma máscara de borracha de face humana.
A PM apreendeu ainda sete sacos plásticos, um chip de telefone e dois manuais de uso de chip pré-pago com dois números anotados, além de uma camisa de botão e um jaleco com inscrição de nome de empresas. Todos os produtos foram apreendidos e encaminhados para a delegacia. Ainda na noite da última sexta-feira, a Polícia Civil prendeu um homem que teria participação no roubo.
Por meio de nota, a assessoria da Brink’s manteve o posicionamento da semana passada. A empresa esclareceu que as investigações sobre a ocorrência estão sendo conduzidas pelas autoridades competentes e que está colaborando para o andamento das apurações. “Nenhum colaborador da empresa ficou ferido durante o ocorrido.”
O crime
No último sábado, a Polícia Militar divulgou mais detalhes da ação delituosa na empresa de transporte de valores. Conforme o boletim de ocorrência, 18 pessoas, com idades entre 15 e 51 anos, foram vítimas do crime. Além dos rendidos em Juiz de Fora e Monte Verde, o filho do gerente da firma foi pego em Belo Horizonte. As vítimas afirmaram que viram aproximadamente 12 autores, todos encapuzados e armados de pistolas e fuzis.
A primeira vítima que ficou sob a mira dos bandidos foi o gerente, capturada por volta de 18h40 de quinta-feira (2), quando chegava na garagem de seu prédio, em Santa Luzia, Zona Sul. Ele ficou preso no carro por volta de 20 minutos, e neste intervalo os criminosos subiram até seu apartamento e renderam sua esposa. Os bandidos informaram que sabiam tudo sobre sua rotina e que haviam o seguido várias vezes quando ele se deslocou até Belo Horizonte.
Logo após, chegaram à casa do gerente um motorista da empresa e também sua mulher, que também foram pegos. O grupo, que estava fortemente armado, questionou o gerente como entrariam na Brink’s. Diante da negativa do funcionário em passar informações, ele foi colocado no porta-malas de um carro. As outras vítimas seguiram no banco traseiro. Os bandidos dirigiram por cerca de 40 minutos e levaram os reféns para o sítio em Monte Verde, onde já estavam rendidos os donos do imóvel.
O gerente da firma contou aos policiais que sofreu tortura física e psicológica durante toda a madrugada. Por volta de 5h, os bandidos saíram do cativeiro e levaram os funcionários. Eles foram até o Bairro Linhares, Zona Leste, onde fica a casa de um vigilante que entraria no turno pela manhã. Ele, sua esposa e filha foram também foram rendidos e feitos reféns.
As mulheres foram para o cativeiro, enquanto o gerente, motorista e vigilante seguiram para a empresa, no Bairro Fábrica, Zona Norte. Os bandidos então ficaram nas proximidades da Brinks até que o vigilante assumisse o turno. Logo em seguida, obrigaram o gerente a ligar para o vigilante e mandar ele abrir o portão.
A quadrilha entrou na empresa e rendeu funcionários que trabalhavam no local. Eles foram obrigados a entrar em um banheiro e ficar de joelhos, enquanto os criminosos roubaram todo o dinheiro que estava em um cofre. A quantia, que ainda não foi informada pela polícia, foi colocada no carro do gerente. O grupo fugiu em comboio, e as vítima observaram que havia vários carros escoltando os bandidos. As vítimas contaram aos militares que viram um homem com uniforme de uma empresa de telefonia cortando o fio de internet da firma e que por este motivo as câmeras não flagraram o crime.
A PM não informou como os reféns que estavam no sítio foram libertados. No fim da tarde de sexta-feira (2), a PM conseguiu recuperar o carro do gerente e uma caminhonete usada na ação. Os veículos estavam em um galpão no Bairro Fontesville, Zona Norte, onde foram recolhidos celulares, touca ninja, uma cópia do mapa de Juiz de Fora e uniformes da Brinks.