Caso Brunna Letycia: casal é indiciado por homicídio duplamente qualificado
Jovem foi asfixiada, teve o corpo colocado em mala e foi parcialmente carbonizado
Um homem, de 31 anos, e a esposa, 30, suspeitos da morte da jovem Brunna Letycia, 24, asfixiada e de corpo parcialmente carbonizado em janeiro deste ano, foram indiciados por homicídio duplamente qualificado. A informação foi confirmada pelo titular da Delegacia Especializada de Investigação de Homicídios de Juiz de Fora, Samuel Neri.
No dia 23 do último mês, a Polícia Civil (PC) havia prorrogado por 30 dias o prazo para a finalização do inquérito policial que apurava o crime. Contudo, a investigação foi finalizada antes do previsto, já sendo enviada para a avaliação da promotoria. Segundo a lei brasileira, a penalidade para homicídio qualificado pode variar de 12 a 30 anos de prisão.
Defesa de suspeita diz “repudiar o teor da denúncia”
O advogado da suspeita, Bruno Magalhães Batista, foi procurado pela Tribuna e disse que a defesa “repudia o teor da denúncia oferecida pela promotoria em relação ao homicídio duplamente qualificado”. Ele acrescenta que, segundo o seu entendimento, “não haveria como esperar outro comportamento da suspeita, senão manter-se quieta frente às constantes ameaças sofridas por seu então companheiro, na ocasião”.
Ele acrescenta que a mulher não teria tido a oportunidade de se desvencilhar do homem durante o percurso do crime. Além disso, o advogado informou ao jornal que deu entrada, na última semana, ao pedido de habeas corpus em favor de sua cliente. A justificativa é que não há necessidade da segregação cautelar da mulher.
A reportagem fez contato com a Defensoria Pública de Minas Gerais, que, por nota, informou que foi responsável pela audiência de custódia. “A defesa, caso o réu não tenha advogado constituído, só é feita a partir da denúncia e da citação do réu.” A Defensoria Pública ainda acrescenta que não comenta casos em andamento, se pronunciando apenas nos autos do processo.
O caso
O casal indiciado teria praticado o crime na residência que morava, no Bairro Previdenciários, na Zona Sul. Após o homicídio, o corpo da jovem teria sido colocado dentro de uma mala e, por meio de um carro solicitado em aplicativo, foi transportado até o Bairro Milho Branco, na Zona Norte, local em que foi parcialmente carbonizado em um matagal.
Brunna Letycia desapareceu no dia 2 de janeiro, uma terça-feira. Após dois dias, o corpo da jovem foi encontrado em meio a um matagal. Mais tarde, gravações das câmeras de segurança do prédio em que o casal suspeito morava registraram a mulher entrando no apartamento dos supostos autores. Contudo, não houve imagens dela saindo.
A gravação evidenciava, entretanto, os suspeitos deixando o prédio com uma mala, que teria sido usada para colocar o corpo da vítima já sem vida. Durante depoimento à polícia, a suspeita disse ter sentido ciúmes da menina com o marido, momento em que eles começaram a discutir. O conflito fez com que Brunna ligasse para amigos irem buscá-la, mas o homem pegou o celular dela e a jogou no sofá e, em seguida, teria asfixiado a jovem.