Família de JF busca ajuda para viabilizar volta de paciente em estado vegetativo dos EUA
Moradores de Orlando enfrentam dificuldades financeiras para custear transporte médico de Fabíola Costa, de 31 anos

Uma família de juiz-foranos que vive em Orlando, nos Estados Unidos, busca ajuda para voltar ao Brasil. O intuito, é trazer para tratamento no país Fabíola Costa, 31, que vive em estado vegetativo desde setembro do ano passado. Antigos moradores do Bairro Granjas Bethel, Região Sudeste de Juiz de Fora, eles relatam dificuldades para arcar com os custos do transporte médico necessário para a viagem. Por isso, familiares mobilizam uma vaquinha, por meio das redes sociais, para tentarem viabilizar os custos.
Fabíola se mudou para os Estados Unidos em 2019 com o filho, em busca de melhores condições de vida. O marido, Ubiratan Rodrigues da Nova, se juntou a eles no ano seguinte, conforme conta à Tribuna. No país, ela trabalhava como manicure e ele, como caminhoneiro. Além do filho, que na época tinha 7 anos, o casal teve mais uma filha, hoje com 5 anos. O filho do primeiro casamento de Ubiratan, de 17 anos, também passou a viver com eles.
Segundo Ubiratan, no dia 20 de setembro de 2024, ele viajava a trabalho levando uma carga do Texas para Nova York quando recebeu uma ligação do filho mais velho informando que Fabíola passava mal. Orientados por ele, os adolescentes a levaram ao hospital. No local, o diagnóstico inicial foi de morte cerebral, e os médicos chegaram a sugerir o desligamento dos aparelhos.
“Eles me pressionaram várias vezes para encerrar o tratamento e doar os órgãos”, conta o marido. “Eu disse que não podia tomar essa decisão sozinho e precisava falar com a família dela. No dia seguinte, ela começou a se mover, e o diagnóstico foi descartado.”
Fabíola permaneceu internada por meses e hoje está em casa, sob cuidados intensivos. De acordo com o marido, ela sofreu uma lesão cerebral e teve o pulmão esquerdo perfurado durante o processo de reanimação, o que quase resultou na perda do órgão.
“Ela teve o pulmão perfurado e, por isso, precisou usar dois drenos no tórax. O ar entrava pelas vias aéreas, chegava ao pulmão e escapava pelo orifício, acumulando-se na cavidade torácica. Para retirar esse ar e evitar o colapso pulmonar, foi necessário manter os dois drenos. Esses dispositivos, no entanto, funcionavam por apenas uma semana; depois desse período, era preciso realizar um novo procedimento, o que gerava custos adicionais. Após várias tentativas da equipe médica, eu não autorizei a continuidade do procedimento. Cerca de um mês depois, cicatrizou e os drenos não foram mais necessários.”
O plano de saúde da família cobriu os custos hospitalares e forneceu equipamentos para os cuidados domiciliares. No entanto, segundo Ubiratan, a assistência não inclui fisioterapia ou fonoaudiologia, o que compromete a recuperação de Fabíola.
Com a rotina de cuidados e a impossibilidade de trabalhar, a família tem sobrevivido com doações de amigos e igrejas. “Tínhamos uma reserva, mas acabou. Hoje vivemos de ajuda. Isso é muito desconfortável”, desabafa.
Ubiratan afirma que a esposa está estável e liberada pelos médicos para enfrentar um voo de cerca de nove horas. O objetivo é trazê-la de volta a Juiz de Fora, onde acredita que conseguirá apoio da família e acesso aos tratamentos de que ela precisa.
O custo estimado, para o transporte aéreo em UTI móvel, segundo ele, varia entre 100 mil e 150 mil dólares, podendo chegar a 250 mil dependendo da avaliação médica. “Recebi uma cotação superficial de 125 mil dólares, mas o valor final depende de fatores como equipe médica necessária e condições da paciente”, explica.
Ele afirma ter buscado auxílio junto ao Consulado brasileiro, mas foi informado de que “o Ministério das Relações Exteriores não possui previsão orçamentária para arcar com custos de transporte de pacientes ao Brasil em UTIs móveis”.
A Tribuna entrou em contato com o Consulado para checar a situação, mas não houve retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para manifestação.
Ubiratan agora, mobiliza campanhas de arrecadação para tentar viabilizar o retorno ao país por meio de uma vaquinha online disponível nas redes sociais da família.
*Estagiária sob a supervisão da editora Carolina Leonel