Mais um prédio é embargado


Por EDUARDO VALENTE

04/02/2016 às 07h00- Atualizada 04/02/2016 às 08h40

Construção foi lacrada ontem por fiscais da SAU na Rua Custódio de Rezende Bastos (Fernando Priamo/03-02-16)

Construção foi lacrada ontem por fiscais da SAU na Rua Custódio de Rezende Bastos (Fernando Priamo/03-02-16)

A Secretaria de Atividades Urbanas (SAU) embargou a obra de um prédio em construção na Rua Custódio de Rezende Bastos, no Jardim dos Alfineiros, Zona Norte. A edificação fica quase em frente ao prédio interditado no domingo por risco de desabar e pertence ao mesmo construtor. Conforme a chefe do Departamento de Fiscalização da pasta, Graciela Vergara Marques, a edificação foi impedida de ser erguida ainda em junho de 2013, por falta de licença para construção, quando ainda estava na base. Na época, o construtor foi autuado e multado em R$ 441,60. Na terça-feira, foi feita denúncia que a obra continuava, apesar de não ter licença. A situação foi comprovada pelos fiscais, e ontem a estrutura foi lacrada. O responsável não estava em sua residência para receber a intimação, mas será autuado por desacato ao embargo. O valor da multa não foi revelado.

Ainda na tarde de ontem, um grupo de engenheiros esteve na rua para avaliar os problemas do prédio interditado no domingo. Um deles, Luis Guilherme Rosa Filgueiras, disse à Tribuna que sua visita atende a uma solicitação do construtor do empreendimento que pediu ajuda para analisar o problema. Seu trabalho, nos próximos dias, consistirá em conhecer o projeto construtivo da obra e verificar o que pode ser feito. “Isso eu vou tentar fazer o mais rápido possível para ajudar estas pessoas. Hoje o risco é de queda.”

No momento de sua visita, o subsecretário de Defesa Civil de Juiz de Fora, Márcio Deotti, esclarecia dúvidas dos moradores afetados. A principal reclamação era do impedimento de entrar nos imóveis e recolher alguns pertences. No domingo, algumas pessoas saíram com a roupa do corpo. Segundo Deotti, a construção ainda está instável, o que inviabiliza a entrada destas famílias. “Se for fazer a demolição, escoramos o prédio de alguma forma e criamos um cronograma para a retirada dos pertences. Mas tudo isso vai depender da avaliação dos engenheiros. O ideal é fazer a recuperação da estrutura, pois se as famílias puderem voltar, certamente será em um imóvel mais seguro.” Um morador foi nomeado como representante para ser o porta-voz das informações da Defesa Civil.

Tensão

Na Rua Custódio Rezende Bastos, o clima é de tensão por ameaças de saqueadores invadirem a prédio de madrugada. Este risco faz, inclusive, com que moradores passem a noite na rua na tentativa de cuidar do patrimônio. Um deles é Ângelo Marcelo, 43 anos, marido da dona de casa Denise da Silva Cruz, 43. Segundo ela, desde domingo, ele dorme em seu carro e vai trabalhar pela manhã em uma pastelaria. Ela não é moradora do prédio, mas da casa ao lado, que também está interditada. Inclusive há o risco de, em caso de desabamento, a edificação cair sobre seu imóvel, conforme informou ontem o engenheiro Guilherme Rosa. Segundo Denise, a polícia vai ao local durante a noite, mas não mantém vigília 24 horas. A informação é que a corporação faz rondas a cada hora.

Para o metalúrgico Adones de Paula, 31, a expectativa é pela retirada dos pertences o quanto antes. “Também já estamos conversando com advogados para que o construtor faça alguma ação que permita escorar o prédio. Também precisamos de hospedagem, mesmo em hotel. Estamos todos de favor na casa de amigos e parentes.”

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