Terceirizados fazem buzinaço pedindo segurança para trabalhar

Na última quarta-feira, um instalador, de 37 anos foi vítima de agressão e de disparos de arma de fogo, quando foi realizar o “corte” de energia por falta de pagamento em uma residência no Bairro Aeroporto


Por Marcos Araújo

02/10/2021 às 14h49- Atualizada 02/10/2021 às 14h57

terceirizados editado

 

Terceirizados que prestam serviço relacionado à energia elétrica em Juiz de Fora realizaram um buzinaço, na manhã deste sábado (2), no Bairro Aeroporto, na Cidade Alta. A manifestação teve como objetivo alertar para a falta de segurança a que esses trabalhadores estão expostos enquanto desempenham seu trabalho. Na última quarta-feira (29), um instalador, de 37 anos, foi vítima de agressão e disparos de arma de fogo, quando foi realizar o “corte” de energia por falta de pagamento em uma residência no mesmo bairro. O crime foi registrado pela Polícia Militar como tentativa de homicídio.

Conforme os manifestantes, que preferiram o sigilo das identidades por razão de segurança, os trabalhadores vêm sofrendo situações de ameaças, agressões e outros tipos de violência em função do serviço que desempenham. “A população precisa entender que estamos trabalhando e recebemos a ordem para realizar o desligamento da energia elétrica quando há a falta de pagamento”, relatam.

Para eles, o episódio que resultou na tentativa de homicídio foi o estopim para que a categoria se mobilizasse para mostrar à população e às autoridades os riscos aos quais estão expostos ao longo da rotina de trabalho.
“Diariamente, recebemos ameaças com uso de faca, xingamentos, e ainda tem moradores que “soltam os cachorros” em cima da gente. São situações inaceitáveis, porque estamos apenas cumprindo o que é determinação do nosso trabalho”, afirmam.

Segundo o grupo, a população precisa ter a compreensão, a fim de que novos casos não voltem a acontecer. “Os moradores em falta de pagamento recebem notificação de que pode haver o corte, então, por que essa violência contra trabalhadores?”, questionam. “Essa tentativa de homicídio foi muito grave. Será que um terceirizado vai ter que morrer, para que haja consciência da população e uma atitude das autoridades?”, indagam. O buzinaço passou pela rua onde o crime foi registrado na última quarta e contou com a participação dos terceirizados e de seus familiares.

Entenda o caso

De acordo com o boletim de ocorrência, o instalador, de 37 anos, no dia do crime, contou que, ao chegar no local, o proprietário da residência o teria agredido e logo após efetuado disparos de arma de fogo em sua direção. A PM foi acionada para o endereço. Lá, deparou-se com uma motocicleta estacionada na rua, um capacete e as chaves do veículo no chão. A vítima não estava presente, porque teria se escondido em um matagal.

Após retornar, o instalador relatou que foi enviado até o endereço para realizar o “corte” da energia elétrica da residência. Segundo o funcionário, depois de desligar a luz, surgiu um homem, de dentro da casa, que disse a ele para religar a energia. O instalador explicou que não poderia restabelecer o serviço, o que teria deixado o morador exaltado. O suspeito teria agarrado a vítima pela blusa, sacando uma arma de fogo, tipo pistola, da cintura.

Ao ver a arma de fogo, o instalador contou que deu um empurrão no morador, momento em que ele efetuou um disparo na direção da vítima. O trabalhador saiu correndo, e o suspeito continuou efetuando novos disparos. Com receio de ser atingido, o instalador se escondeu em um matagal. Em seguida, o suspeito retornou para casa e teria saído da garagem dirigindo um veículo, entrando na mesma rua em que a vítima estava escondida e, mais uma vez, teria efetuado outros disparos de dentro do carro.

A PM realizou rastreamento na tentativa de localizar o suspeito, inclusive na casa dele, mas ele não foi encontrado. O caso seguiu para investigação da Polícia Civil.

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