Paralisação de 48h começa nas instituições federais
Na UFJF e no IF Sudeste, manifestantes cumpriram agenda interna com aulões públicos e corpo a corpo
Alinhados à agenda nacional, estudantes, técnico-administrativos e professores paralisaram, nesta quarta-feira (2), as atividades letivas da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), do Instituto Federal de Ensino, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais (IF Sudeste) e do Colégio João XXIII. As 24 horas iniciais da mobilização concentram atividades político-culturais internas, nos campi da UFJF e do IF Sudeste. Bem como corpo a corpo, os manifestantes participaram de aulões públicos e cine-debate.
De acordo com Marina Pinto Barbosa, presidente da Associação de Professores de Ensino Superior de Juiz de Fora (Apes), no IF Sudeste, houve 100% de adesão à paralisação, enquanto na UFJF o percentual foi de 97%. Segundo ela, os percentuais referem-se à mobilização de professores, técnico-administrativos e estudantes. No que tange aos serviços de atendimento à população, o coordenador-geral do Sindicato dos Técnico-administrativos das Instituições Federais de Ensino de Juiz de Fora (Sintufejuf), Flávio Sereno, informou que no Hospital Universitário (HU), Farmácia Universitária e Restaurante Universitário (RU), as atividades funcionaram parcialmente. “Mas a adesão foi muito grande nos três segmentos (técnico-administrativos em educação, professores e estudantes). O campus ficou bem vazio o dia todo”, ressaltou. O movimento é contrário à política de contingenciamentos do Ministério da Educação (MEC), bem como ao Future-se.
A concentração iniciou-se, às 6h, na Reitoria da UFJF. Ainda pela manhã, os manifestantes dividiram-se em grupos a fim de visitar institutos e faculdades para corpo a corpo. Flávio Sereno defendeu novas estratégias para conversar com a sociedade. “Principalmente o diálogo com quem usa a universidade, sejam os estudantes ou as pessoas atendidas no HU, na Farmácia, na Odontologia, em todos os equipamentos culturais da UFJF e do IF, para que possamos mostrar o que está em risco. Todo esse funcionamento e o seu caráter público estão em risco.”
À tarde, aulas públicas sobre recursos naturais, serviço público, políticas de segurança pública e juventude negra, educação e saúde mental foram ministradas. “Temos uma tradição no movimento docente de dizer que a luta é pedagógica. Estamos trabalhando com muito mais intensidade do que nos dias em que estamos nas nossas atividades cotidianas. O diálogo é para mostrar à população, com dados, informações, o que efetivamente está se propondo. Por exemplo, a economia de Juiz de Fora vai sofrer brutalmente se o IF e a UFJF sofrerem alterações em seu modo de funcionamento”, afirmou Marina Pinto Barbosa, presidente da Apes.
“O papel do Diretório Central dos Estudantes (DCE) é mobilizar os estudantes em torno de pautas que não atendem apenas as reivindicações do movimento estudantil, mas, também, de professores e servidores”, ressaltou Rafael Donizete, diretor de Finanças do DCE. “De manhã, passamos em salas de aula. Há muitos professores e estudantes que furam a greve porque não compreendem os motivos pelos quais estamos paralisando as atividades. Então, é papel do DCE conversar com os estudantes, explicar o que está acontecendo e trazê-los para essas atividades.”.
Agenda
Nesta quinta-feira (3), por sua vez, a agenda se estenderá para as ruas. Embora a partir de 6h30 esteja prevista panfletagem no HU do Bairro Dom Bosco, na Faculdade de Odontologia e na Farmácia Universitária, a mobilização terá, às 14h, aulão pública no Parque Halfeld, e, às 17h, iniciará ato público no mesmo local. Parte do calendário de mobilizações nacionais do setor da educação, o movimento foi convocado pela União Nacional dos Estudantes (UNE), pela Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior (Fasubra), pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) e pela Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG).