Gesseiro acusado de homicídio em bar no Réveillon vai a julgamento
Sessão está marcada para a próxima segunda no Fórum Benjamim Colucci
O homem de 30 anos suspeito de matar Flávio Augusto Adário Ribeiro, 42 anos, assassinado na noite do Réveillon de 2015, após discussão em um movimentado bar na Avenida dos Andradas, perto da Rua Barão de Cataguases, na região central de Juiz de Fora, vai ser julgado na próxima segunda-feira (6). Ele é acusado de homicídio qualificado por motivo torpe e por recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima. A sessão no Tribunal do Júri será presidida pelo juiz Paulo Tristão e está prevista para começar às 12h30.
O assassinato foi praticado com um disparo de pistola de fixação de gesso à queima-roupa contra a cabeça de Flávio e ganhou repercussão por ter ocorrido em uma data comemorativa, em meio a dezenas de pessoas que frequentavam a região na passagem do ano novo. O suspeito ficou desaparecido por mais de dois anos e foi apresentado pela Polícia Civil em junho, após ser capturado pela Polícia Militar nas imediações do mesmo estabelecimento comercial onde aconteceu o crime.
A Delegacia Especializada de Homicídios conseguiu identificar o gesseiro por meio de redes sociais e pediu o desarquivamento do inquérito em fevereiro, solicitando um mandado de prisão à Justiça, concedido em maio. O acusado teria matado com seu próprio instrumento de trabalho, com munição calibre 22. Ele alegou ter tido a pistola furtada, conforme boletim de ocorrência registrado no início do ano.
Segundo a denúncia do Ministério Público, no dia do crime o suspeito teria bloqueado a passagem de uma mulher não identificada, iniciando a confusão no bar. Durante o desentendimento, por volta das 2h, a vítima teria jogado uma cadeira contra o gesseiro, que saiu e retornou cerca de dez minutos depois armado com a pistola de gesso conhecida como “finca pino”. Imagens da câmera do estabelecimento foram divulgadas na época do crime e revelaram o momento em que o homem entra e atira contra a vítima, sentada em uma mesa. Antes de abrir fogo, ele teria desejado “feliz ano novo” a Flávio. O homem teve o crânio transfixado pelo tiro e morreu na hora. Ele era morador do Bairro Manoel Honório, na Zona Leste.
As investigações apontaram que o suspeito teria se escondido em Governador Valadares, onde teria familiares, e também na cidade do Rio de Janeiro. Antes da prisão, o delegado responsável pelo inquérito, Rodrigo Rolli, chegou a pedir apoio à Polícia Federal porque havia suspeita de fuga para Portugal.